Toque vaginal , faça você mesma !
O
toque vaginal com o intuito de avaliar o colo do útero pode ser
aprendido antes da gestação, durante a gestação, ou até mesmo durante o
trabalho de parto!
Perceber
as modificações que ocorrem no colo uterino e no muco cervical durante o
ciclo menstrual, pode ajudar a mulher a distinguir seus dias férteis.
Conhecer
seu colo do útero durante a gestação permite identificar as mudanças
que sinalizam o amadurecimento e a dilatação cervical, que algumas vezes
precedem o trabalho de parto e outras vezes só acontecem depois de
iniciado o trabalho de parto.
Então vamos lá, mãos à obra!
As instruções iniciais são exatamente as mesmas da massagem perineal
e também pode ser feito em conjunto com seu parceiro, que ao aprender o
toque vaginal poderá partilhar com você outras percepções.
- Encontre um lugar onde você possa ficar sozinha, ou com seu parceiro, ininterruptamente.
-
Ache uma posição confortável e que você tenha maior alcance a sua
vagina. Uma dica é fazer flexão de tronco (curvar-se a frente ou ficar
de cócoras), pois diminui a distância entre sua mão e sua vagina.
- Lave suas mãos e peça ao seu companheiro para fazer o mesmo, caso ele vá lhe ajudar.
-
Lubrifique seu dedo indicador e médio. Você pode usar vários tipos de
lubrificantes: gel a base de água, óleos vegetais, óleos minerais, etc.
-
Coloque seus dois dedos dentro vagina e devagar vá deslizando-os em
direção ao fundo da vagina, até encontrar o colo do útero.
- O
colo do útero é uma estrutura proeminente e arredondada, com
consistência parecida com a ponta do seu nariz. Geralmente, encontra-se
em posição posterior, isto é, voltado para trás, em direção ao ânus. Em
seu centro pode ser sentido um pequeno buraquinho, que permanece fechado
durante toda a gestação (imagem acima).
-
Durante o trabalho de parto o colo uterino se centraliza em relação ao
canal de parto (vagina) e sofre duas modificações: o esvaecimento e a
dilatação.
- O
esvaecimento e a dilatação são independentes entre si, um pode ocorrer
antes do outro ou ambos podem ocorrer simultaneamente.
- O
esvaecimento ou amadurecimento ou apagamento cervical começa com a
mudança de consistência, o colo uterino se torna macio, parecido com seu
lábio. A seguir vai encurtando, se tornando menos proeminente, até
ficar completamente plano e bem fino como uma membrana.
- A
dilatação cervical é a abertura do colo do útero (imagem acima). O
pequeno buraquinho no centro do colo começa a se abrir e conforme vai se
abrindo pode ser medida a dilatação introduzindo inicialmente a ponta
um dedo (± 1cm). Com a evolução da dilatação é possível colocar os dois
dedos e a partir daí se mede sempre com esses dois dedos. Ao colocar os
dois dedos você deverá abri-los o máximo possível e tentar perceber
exatamente a posição/distância em que eles ficaram. Ao retirar os dedos,
reproduza a posição/distância percebida e meça numa régua quantos
centímetros tem da parte externa do dedo indicador até a parte externa
do dedo médio (é medido por fora dos dedos). Deve ser medido numa régua,
pois a largura dos dedos varia de pessoa para pessoa.
- A
dilatação total é padronizada como 10cm. Porém na prática, para que
haja o parto, considera-se a dilatação total quando no toque não se
sente mais nada do colo, apenas a cabeça do bebê.
-
Se a dilatação começar antes do colo se apagar, você poderá sentir a
proeminência do colo, isso é chamado de rebordo de colo. É uma situação
comum, que geralmente se resolve sozinha com o avanço do trabalho de
parto.
- É
comum o esvaecimento e/ou dilatação começar dias ou até mesmo semanas
antes do parto, sem que isso signifique trabalho de parto iminente.
-
Como é comum também o trabalho de parto se iniciar sem nenhuma mudança
no colo e todo o processo de esvaecimento e dilatação ocorrerem durante o
mesmo.
Por
fim, cabe lembrar que cada mulher e cada parto são únicos, e que
conhecer a dilatação não quer dizer muita coisa sobre a duração do
trabalho de parto. Digo isso, pois tem mulheres que ficam doze horas
para dilatar 2cm e depois dilatam os outros 8cm que faltam em duas
horas, como tem também mulheres que após completarem a dilatação total
ficam muito mais de duas horas até sentir os puxos do expulsivo – esses
exemplos são para mostrar que cada caso é um caso, não tem fórmula,
receita, padrão, tudo é relativo!
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