quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Entendendo a Cesariana


Gente, o texto abaixo não é meu, eu li no face da Janaina  Rosa, e acredito que seja de sua autoria, mas como eu achei o texto maravilhoso, super informativo e esclarecedor, resolvi compartilhar com vcs minhas lindas leitoras, ou leitores se houver algum...rsrs... e me fez lembrar a discussão com aquele doutor mega cesarista que se revoltou quando eu postei no meu face o trailer do filme  " O Renascimento do Parto", e me escreveu indignado que ele fazia uma cesariana maravilhosa em 20 min. e suas pacientes eram cheias de ocitocina...rsrs... (rindo p não chorar) , e eu fiquei imaginando a forma traumática que aqueles bebês são tirados do ventre, o susto,  a violência e o mal estar que eles devem sentir e o meu coração fica apertado... Vcs acreditam que eu ouvi uma médica falar que tem médicos que concorrem p ver quem faz uma cesárea mais rápida? Isso devia ser motivo de vergonha! 
E por mais que eu deixe muito claro que nós não somos contra cesáreas necessárias, as pessoas insistem em dizer que se sentem ofendidas quando "pregamos" o parto normal, e que para nós, o mais importante é o parto e não o bebê... 

Toda essa luta é pelo bem estar da mãe, mas principalmente pela criança e para a criança, é pelo direito do bem nascer, é pelo direito dos seus órgãos passarem pelo último processo de desenvolvimento, receber os hormônios que lhe são necessários, é pelo direito de nascer quando ele estiver  pronto e preparado, é pelo direito dele saber que algo vai acontecer em breve, sentindo cada contração no útero de sua mãe e pelo direito de não ser arrancado muitas vezes de forma violenta e depois disso não poder nem ficar um tempinho ao lado de sua amada, seu porto seguro, sua proteção, sentir sua voz, o seu cheiro,e até mesmo ouvir as  batidas do seu coração, que é a única coisa que ele precisa naquele momento! 

 Cada mulher têm o direito de decidir escolher o tipo de nascimento de seu filho, e eu respeito, mas eu também tenho direito de passar informações para quem está aberta à isso! Eu não posso abrir mão das minhas convicções e da verdade para agradar quem não quer recebê-las!

Cesárea necessária ???????? Simmmm !!!!!!!!!!!!!! E se for necessária?????? Que seja humanizadaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Carla                                   Assistam ! É emocionante...chorei
 Segue o texto:  

Tipos de parto: a Cesariana

O nome "oficial" da Cesariana é cirurgia para remoção (ou extração) de feto.

A palavra tem origem no verbo latino caedo -is, cecidi, caesum, caedere, que significa cortar. Acredita-se que o imperador Júlio César teria nascido assim, após a morte de sua mãe, no nono mês de gestação (e por isso teria recebido esse nome), e existem relatos de que esta técnica já seria praticada desde muito antes disso.

Obviamente, apenas era utilizada em casos desesperados, onde já não havia nenhuma esperança de salvar a mãe, e buscava-se, em um último recurso, salvar o bebê. A maioria dessas ciurgias resultava em mortes por infecção, ou simplesmente "não dava certo", como é de se esperar em culturas que não conheciam ainda muito bem o funcionamento do corpo humano, nem a importância da assepsia.

A cirurgia cesariana só se tornou um recurso viável, realmente, após o descobrimento da penicilina, em 1928. Graças a essa descoberta, foi possível salvar cada vez mais mulheres e bebês que, sem isso, estariam condenados a uma morte certa.

Desde então, as taxas de cesarianas no mundo todo não pararam de aumentar, atingindo níveis extraordinários em alguns países, como o Brasil, que, em 2009, chegava a apresentar quase 50% de cesarianas (chegando a assombrosos 80% em hospitais particulares).

Em 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou, após amplo estudo, em diversos países, que uma taxa de cesarianas superior a 15% é medicamente injustificável, e aumenta a incidência de morbimortalidade materno-fetal. Por isso, a cirurgia Cesariana só deveria ser feita com indicação médica real.

Ambiente

A cirurgia Cesariana sempre acontece em ambiente hospitalar, no centro cirúrgico. Não há possibilidade de fazer isso em outro lugar. Alguns hospitais permitem que a mulher coloque uma música de fundo nessa hora, e é possível pedir para que desliguem o ar condicionado, para diminuir o frio da sala para a chegada do bebê.

Equipe

Por ser uma cirurgia de grande porte, a Cesariana requer uma equipe completa: obstetra, pediatra, anestesista, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Hoje, em muitos hospitais, o pai também pode estar presente nessa hora, e alguns até permitem que a mulher seja acompanhada também por uma doula.

Procedimentos

Após a internação, a mulher recebe uma anestesia peridural na coluna, que permite que fique acordada, porém sem sensibilidade ou controle do peito para baixo. É necessário que esteja sem comer há algumas horas para evitar que vomite.

Ela é deitada na cama do centro cirúrgico e seus braços são amarrados, em forma de cruz. A anestesia muitas vezes causa tremores, e pode causar convulsões, em alguns raros casos, então é necessário que a mulher esteja imobilizada. Ela é conectada a diversos aparelhos, que checam constantemente sua pressão e batimentos cardíacos.

É colocado um campo estéril diante de seu rosto, que, ao preservar a assepsia, também impede que a mulher veja o que está acontecendo na "área dos médicos", lá embaixo, e procede-se à assepsia da região cirurgical, com iodo.

É feita uma primeira incisão, que pode ser transversal (horizontal) ou longitudinal (vertical, mais rara) sobre a barriga da mulher (1), acima da linha dos pelos púbicos. Hoje em dia, busca-se fazer uma incisão pequena, para facilitar a cicatrização e diminuir a formação de quelóides.

São sucessivamente abertos o tecido subcutâneo (2) e a aponeurose dos músculos reto abdominais (3), separados os músculos na linha média (4) e abertos o peritônio parietal (5) e o peritônio visceral (6), deixando visível a parede uterina (7).

São introduzidos retentores de metal, que seguram essas camadas de pele, músculo e gordura abertas, para que o médico possa, então, fazer uma incisão no útero da mulher.

Rompe-se a bolsa manualmente e o líquido amniótico é aspirado. O próximo passo é a extração do feto, que é rapidamente colocado encima da barriga da mãe, aspirado e tem o cordão clampeado.

A retirada da placenta e revisão manual da cavidade uterina acontecem então, e são feitas as suturas, em cada camada de pele, individualmente. A mulher recebe muitos pontos, cerca de 75, e, mesmo que a retirada do bebê seja rápida, de 5 a 15 minutos, o procedimento total da cirurgia dura, em média, uma hora.

Abaixo, o comentário do Dr Galleta a respeito das suturas na cesariana:
"No geral, fechando todas as camadas com cuidado e destreza, uma cesárea dura cerca de 60 minutos, ou um pouco mais, se houver uma cesárea prévia. Feita em menos de 40 minutos, não indica melhor técnica cirúrgica, mas justamente a falta dela. Basta você imaginar a costura de 7 panos diferentes, mesmo que em chuleio, para perceber que, para fazer direito, não dá para fazer assim tão rápido. Afinal, se temos cuidado em bordar um pano de prato, quanto mais a barriga de alguém!"

Geralmente, enquanto a mãe passa por todos esses procedimentos, o bebê é levado para o berçário, para as primeiras avaliações, e, na maioria das vezes, o pai vai junto. A mãe só vê o bebê rapidamente na sala de cirurgia, antes que ele seja levado, e volta a vê-lo apenas quando já está instalada no quarto. Antes disso, ele passará um tempo em observação no berçário, para ter certeza de que não tem nenhum tipo de desconforto respiratório, muito comum em bebês nascidos por Cesariana. A mãe também passará um tempo em observação, na enfermaria, até que se recupere da anestesia e consiga, pelo menos, urinar.

A cesariana tem a reputação de ser "um parto indolor", porém, é necessário lembrar que se trata de uma cirurgia, e não de um parto fisiológico: as mulheres que acabaram de passar por uma cesariana são consideradas convalescentes por, em média, 40 dias, e não devem levantar peso acima de 3 Kg, para não arriscar estourar os pontos.

O Brasil é o único país do mundo em que as mulheres podem optar por uma cirurgia cesariana por motivos não-médicos. Este fenômeno, conhecido como Cesariana Eletiva (que será abordado mais en detalhes aqui no blog mais para a frente), está deixando o mundo inteiro chocado, e nos rendeu uma reprovação internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2006.

Como militante da humanização do parto, não apoio a Cesariana Eletiva. Reconheço que a cirurgia Cesariana é um procedimento médico sério, que tem consequências físicas e psíquicas, que podem incluir: dificuldade de estabelecimento de vínculo afetivo entre mãe e bebê, aumento de incidência de depressão pós-parto, dificuldades na amamentação, hemorragias, problemas circulatórios, trombose, infecção, má-cicatrização, reações alérgicas aos diversos medicamentos usados durante e após a cirurgia, e, em alguns casos, até morte da mãe e do bebê. Apoio sua utilização apenas em casos de real necessidade, de preferência realizada de maneira humanizada.

É possível humanizar a Cesariana?

A resposta é motivadora: sim é possível humanizar a Cesariana.

Como?

Em primeiro lugar, assegurando que a indicação da cirurgia seja uma necessidade real. Em seguida, fazendo com que seja uma experiência o mais próxima possível da realidade do parto natural.

Nesse modelo, a mãe é valorizada: deseja-se que ela participe do momento, então explica-se para ela tudo o que está acontecendo e abaixam-se os campos cirúrgicos, para que possa ver seu filho nascendo.

Na Cesária Humanizada, o corte tem apenas 10cm, que é o mesmo diâmetro da dilatação vaginal, e o bebê é retirado bem devagar, para reproduzir a massagem que seria recebida se ele tivesse nascido pela via vaginal, o corte do cordão não precisa ser imediato e o bebê pode, sim, ir direto para o peito da mamãe e começar a mamar, enquanto a equipe termina de fazer seus procedimento e costurar lá embaixo. A separação não precisa acontecer de forma rotineira, e os primeiros cuidados com o bebê podem ser feitos ali mesmo, no colo da mãe

Um comentário:

  1. Oi! Falando em cesárea... a minha foi eletiva... me arrependo muito... deu tudo errado....
    Foi um grande pesadelo.. minha anestesia não pegou...minha cesárea foi feita só com a sedação...
    Se puder ler o relato do meu parto está no meu blog...
    Desejo que mais ninguém passe por isso..
    www.mamaemedisse.blogspot.com.br
    Beijos

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