Quando a Carol começou frequentar nossos encontros para gestantes ela já estava com umas 20 semanas de gestação, e ela sempre fazia muitas perguntas, querendo ficar o mais informada possível para que não fosse enganada pelos médicos na hora do TP. Como ela já havia decidido que não iria pagar a taxa de disponibilidade, pois o sufoco iria ser o mesmo, o médico dela era super cesarista, ela optou que fosse com plantonistas da maternidade X, que era onde seu plano cobria.
Então quando foi chegando mais perto do nascimento do seu bebê, ligou na maternidade, e disseram à ela que poderia ter apenas um acompanhante no C.O., então ficou decidido que o marido que iria acompanhá-la e disse que iria fazer um plano de parto, de todas as intervenções que ela não queria que ocorressem sem necessidade. E foi o que fizemos. E também deixei ela bem consciente da lei do acompanhante e que levasse sempre impressa na carteirinha de gestante, que é como eu sempre instruo as minhas meninas.
Quando já estava de 40 semanas, como eu não seria sua doula, pois a Carol havia optada pela presença do marido, eu fui viajar no feriado de sete de setembro, e quando estávamos vindo embora em uma viagem que dura 2hs e eu já estava há 7hs na estrada por conta de um congestionamento, ela me ligou dizendo que já estava internada com 8 cm de dilatação e que por enquanto não sentia dor nenhuma, que só foi na emergência para monitorar o bebê e ver se estava tudo bem e já estava nesse estágio! Que maravilha! Me disse que ainda estava no quarto e queria muito que eu fosse ficar com ela, que agonia, uma gestante precisando de mim e eu presa no congestionamento!
Depois, me ligou novamente dizendo que estava indo para o centro obstétrico sozinha, pois só deixariam o seu marido entrar na hora do parto, e o marido não sabendo como agir, acabou aceitando o fato. Quando fui visitá-la no outro dia, ela me contou que foi troca de plantão e quando a nova médica ficou sabendo que ela tinha um plano de parto e que ela não queria aquelas intervenções, ficou louca e começou fazer ameaças à Carol dizendo que quem mandava era ela e que ela havia estudado e blábláblá... a mesma história de sempre, como alguém se atreve questionar um ser superior! A dra. falou que se ela quisesse continuar com aquele absurdo, teria que assinar um termo dizendo que se o bebê viesse à óbito a responsabilidade seria toda dela, nessa hora, ela já estava chorando, fragilizada, sozinha e acuada e disse para a médica estava nas mãos dela e que teria que confiar, que ele fizesse o que ela achava melhor!
Colocaram ela na ocitocina, as dores começaram e ela só chorava , então veio uma enfermeira e falou ironicamente:" Agora tá doendo né ?" e a Carol respondeu : "é a dor do medo , da solidão e do desrespeito!" Pois eu sempre falava isso p elas nos nossos encontros, a pior dor não é a do parto! E infelizmente ela acabou conhecendo a pior dor... Como eu queria ver a cara da pessoa quando ouviu isso!
Depois disso , veio analgesia, mesmo sem ter sido solicitada, a episiotomia, chamaram o pai, e nasceu o Emanuel... como ela mesma me disse, o momento que deveria ser o mais lindo da sua vida, ela só chorava e queria que tudo acabasse logo, mas o bebê estava bem , e era isso que importava!
Pai, afasta de mim esse cale-se!
Poxa que triste! Ela têm que processar isso sim! Que falta de respeito! Que pena que ela apesar de ter o conhecimento, sofreu tanto :/
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