quarta-feira, 23 de julho de 2014
Porque informação é essencial!
Como doula voluntária em hospitais públicos, eu consigo enxergar como a cultura sobre o parto é distorcida, como para quem não teve acesse as informações corretas ou simplesmente não buscou essas informações e não se preparou para esse momento, o correto virou o errado, e o errado virou o correto!
Todos que acompanham o blog sabem o quanto eu luto contra o descaso a ignorância, a desatualização, a prepotência e a soberba de muitos profissionais da saúde. Mas hoje eu venho mostrar um outro lado: Quando os profissionais buscam fazer o melhor, o mais natural possível, com o mínimo de intervenções como pede a OMS, mas, quando as famílias e gestantes não têm a mínima noção de que essa é a melhor e mais bela forma de nascimento, começam os maiores problemas.
Não foram uma, nem duas vezes que eu atendi meninas em trabalho de parto totalmente inconsoláveis, dizendo que elas só estavam "sofrendo" daquela maneira por não poderem pagar uma cesária eletiva. Uma vez ouvi uma mãe dizer o quanto se arrependia por não ter vendido seu carro para pagar a cirurgia, assim sua filha não estaria passando por tudo aquilo!
Eu sempre tento mostrar à elas, o quanto são privilegiadas por não passarem por uma cirurgia desnecessária, e que nascer daquela forma vai trazer inúmeros benefícios para o seu bebê, e que no Brasil , pessoas que tem muito dinheiro precisam lutar muito e se informar para não cair nas mentiras desse sistema obstétrico, mas é muito difícil mudar o pensamento de uma vida em poucas horas de um trabalho de parto, e quando eu consigo levar esse conforto psicológico para a gestante, muitas vezes algum acompanhante chega e começa chorar perto da gestante pelos "maus tratos" , dizendo que o médico só está olhando e não faz nada para ajudar...
Então começam as discussões e os pedidos de intervenções como:
"Coloca ela no soro (ocitocina) p ir mais rápido"
"Porque não rompe a bolsa?"
" Por que o doutor demora tanto p fazer o toque?" ( isso que os exames são feitos à cada uma hora)
" Se eu não conseguir fazer força a doutora corta e puxa p mim ? ( episio e fórceps)
"Esse parto está demorando demais , se não fizerem logo uma cesária vou fazer um escândalo e pedir transferência desse hospital"
Entre essas pérolas que eu ouço eu fico pensando em como podemos mudar essa cultura? Enquanto nos países desenvolvidos as gestantes muitas vezes vão chorando quando são encaminhadas para uma cesária de emergência devido à alguma intercorrência, aqui o parto natural infelizmente é visto com um descaso...
Creio que esse tipo de informação deveria constar no currículo escolar como matéria obrigatória, campanhas publicitárias de peso, cursos nos postos de saúde, mais ação dos órgãos públicos como o Ministério da Saúde, fazer com que o maior número de gestantes possíveis tenha acesso ao documentário "O Renascimento do Parto" que é recheado de evidências científicas, etc..
Mas, enquanto isso não ocorre , continuamos fazendo nosso trabalho de formiguinha que já tem dado resultados valiosos! O jeito é informar, informar e informar...
Carla Bichara
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Nascimento do Lucas
Sou a Gizelle, esposa do Lucas, mãe da Mariana, de 5 anos e agora do baby Lucas Junior!!
Em junho de 2013 descobri que estava grávida, era minha segunda gestação, fiquei um pouco assustada, pois foi uma gravidez não planejada!
O meu primeiro parto foi cesárea, e quando descobri q estava grávida de novo, fui atrás de um médico particular (estava sem convênio), disse a ele q tinha medo do parto normal e mais uma vez queria fazer cesárea, ele me disse q faria sem problema nenhum, mas me explicou os benefícios do
parto normal, saí do consultório dele pensando se eu teria essa capacidade ou não, conversei com meu marido e decidimos que faríamos o parto pelo SUS e para isso teria que enfrentar o parto normal.
Já sabia que a Carla tinha o projeto de doula e entrei em contato com ela. Por problemas na minha tireoide, fui encaminhada para “Gestação de risco”. Os meses foram se passando e logo se viu que a minha placenta estava baixa, as médicas que me atendiam sempre me falavam que se a placenta não subisse teria que fazer cesárea.
Eu sempre lia sobre parto normal, fui a dois encontros na casa da Carla, mas tinha muito, mas muito medo de não conseguir, de ficar horas tentando ter meu bebê naturalmente e acabar em uma cesárea!
Enfim, a placenta subiu um pouquinho, mas não tanto quanto se esperava e na última consulta do pré natal a médica marcou minha cesárea para o dia 28/01/2014 (eu estaria com 39 semanas certinho). Fiquei feliz, por que não tinha quem ficasse com minha filha mais velha, e sendo cesárea minha mãe poderia vir para ficar com ela.
No dia 25/01 (sábado) eu senti contrações o dia inteiro e estavam ritmadas, mas eu fiquei tranquilíssima, pois não doíam! Pedi a Deus que Ele fizesse o que fosse melhor para mim e para o me filho, e que estava preparada para o parto normal, rsrsrsrs... me emociono de lembrar, por que enquanto conversava com Deus, eu senti um alívio tão grande, eu sorria com esse alívio!
No dia 26/01 (domingo) não tive contrações durante o dia, fiz ‘A faxina’ em casa, para receber meu bebê e minha mãe com a casa limpinha! De noite comecei a sentir contrações, mas não eram regulares e também não doíam.
As 05 horas da manhã do dia 27/01 (segunda) eu acordei com uma contração forte, eu não tinha sentido nenhuma naquela intensidade. Levantei, tomei banho, deixei a agua cair nas minha costas...
Eu já tinha que ir ao hospital para fazer cardiotocografia (exame que avalia o bem estar do bebe), tinha que estar lá as 07:30hs, meu marido me deixou lá e eu disse que não precisava ir me buscar, que eu voltaria para casa de ônibus (não achava que o bebê nasceria logo). Antes de fazer o exame,
tive que fazer avaliação com uma obstetra, e avisei a ela que estava com contrações. Ela fez o toque e eu estava com 3 cm de dilatação, disse que não tinha nada de placenta baixa, disse: VOCÊ JÁ ENTROU EM TRABALHO DE PARTO.
Ela me pediu para aguardar, que ela iria fazer o toque
novamente, para fazer se estava evoluindo, se não estivesse, era para eu caminhar para acelerar o processo (Na minha cabeça eu avisaria a Carla, viria para minha casa com ela e ficaria com ela até as contrações evoluírem).
Fiquei aguardando e nesse momento avisei meu marido que o Lucas Junior iria nascer, entrei em contato com a Carla e disse que precisava dela, ela iria trabalhar naquele dia e disse que tentaria uma folga. Fui reavaliada 1 hora depois e já estava com 4 cm de dilatação. A médica disse que eu já iria ser internada.
Eu estava com um misto de felicidade e medo. Liguei para o meu marido e para Carla e pedi para que ela fosse até o hospital. Fui encaminhada direto ao Centro Cirúrgico. Chequei lá e já estava com 5 cm de dilatação (isso já era umas 11 horas da manhã).
Ai começaram as intervenções, me colocaram na ocitocina sintética, (pedi para não colocarem, mas a enfermeira disse que era rotina do hospital). A obstetra do plantão me avisou que iria romper a bolsa, também pedi para não estourar, ela disse que não iria doer e que iria acelerar o parto (mais??).
Depois disso as contrações eram muuuuuito doloridas, mas confesso que achei que doessem muito mais.Eu estava sozinha e esperando a Carla chegar, preferi não ficar olhando para o relógio, mas pouco tempo depois fizeram toque novamente e eu já estava com 8 cm de dilatação (sim, outra coisa ruim
é que era Hospital Universitário, então tinham várias residentes e de hora em hora faziam o toque). Fiquei feliz da vida.
E eu continuava sentindo as contrações, de repente senti a tal vontade de fazer força. Chamei a primeira médica que vi na minha frente e disse: Pelo amor de Deus, me ajuda, eu preciso fazer força. Ela fez o toque (de novo) e me disse que eu já estava com dilatação total.
Começou a me ensinar a respirar e a fazer força. A Carla chegou nesse momento. As contrações doíam muito e fazer força no momento das contrações não é tão fácil, porém, aliviam a dor! Eu falava pra Carla
que eu não ia conseguir e ela com toda calma e carinho do mundo me dizia : ‘Gi, olha para mim, você vai conseguir!’ Não me lembro muito dos detalhes desse momento (será que eu estava na Partolândia?). Quando o bebê encaixou a obstetra disse q eu tinha que ir para a sala de parto, fiquei
apavorada, pq eu sentia a cabeça do meu bebê encaixada.
Desci da maca com dificuldade, o nervo ciático doía e eu não conseguia mexer a perna. Com a ajuda da Carla e de uma auxiliar de enfermagem é que eu consegui descer... A adrenalina era tanta, que eu não senti o tal ‘círculo de fogo’.
Fui para a sala de parto, deitei numa maca que me deixava com as pernas para cima e tinha uns apoios para eu segurar e fazer força. Fiz algumas forças e não conseguia, lembro da médica e da Carla dizendo: Estamos vendo o cabelo do seu bebê. Me empoderei e pensei: Agooora vai! E foi!!!!
As 13:16 do dia 27/01, senti a sensação mais linda, meu filho saindo de mim! Não pude vê-lo imediatamente, ele foi considerado um ‘Bebê preguiçoso’ e não respirou sozinho de imediato, ele teve que ficar no bercinho de oxigênio. Tive laceração e levei 2 pontinhos. O Luquinhas nasceu com 3kg e 49 cm.
Fui para a recuperação e a Carla ficou comigo e depois de cerca de meia hora meu filho veio para os meus braços. Mamou com muita vontade... A Carla foi embora e ficamos nós dois juntinhos, sozinhos e eu olhando aquela criaturinha perfeita que Deus me deu.
A Carla foi mais que essencial no meu parto, apertei taaanto a mão dela nas contrações. Nunca vou me esquecer dela orando comigo, me acalmando...
Não foi um parto natural, mas foi tão emocionante que eu precisava compartilhar esse momento.
Hoje me arrependo muito de não ter feito parto normal na minha primeira gestação, minha filha nasceu de 37 semanas, demorou mais de 3 horas para ir para o meu colo!
Carlinha, muito obrigada por tudo queridona, só posso te dizer uma coisa: PARABÉNS, VOCÊ NASCEU PARA SER DOULA!!!!!




Algumas Palavras da Doula :
Que lindo Gi ,obrigada! Você foi muito corajosa, uma verdadeira guerreira do Senhor! Só posso dizer que amei estar ao seu lado,embora tenha chegado tão em cima da hora...Mas quem poderia prever que eles adiantariam tanto seu parto com tantas intervenções!
Quanto as intervenções, eu quero abrir aqui um parêntese para falar qual é a realidade dos nossos hospitais e profissionais. Não podemos negar que você sofreu uma violência obstétrica, quando te colocaram na ocitocina dizendo que era "rotina do hospital" e quando romperam a sua bolsa sem a sua permissão!
O que é mais triste é saber que por mais simpáticas e carinhosas que as médicas e enfermeiras pareciam ser, é assim que elas são conduzidas, ensinadas e quem sabe até coagidas a trabalhar, é assim que elas aprendem na faculdade, infelizmente esse é o nosso sistema obstétrico!
Queria muito que tivesse um parto totalmente natural, ter ficado ao seu lado fazendo massagem, levando no banho e ter dado todo o carinho e cuidado que você merecia!
Mas, enfim, o que importa é que o Luquinhas nasceu lindo,perfeito e saudável! E que você não precisou passar por uma cesária, e apesar de tudo se saiu muito bem!
Parabéns pela sua linda família!
Carla




Algumas Palavras da Doula :
Que lindo Gi ,obrigada! Você foi muito corajosa, uma verdadeira guerreira do Senhor! Só posso dizer que amei estar ao seu lado,embora tenha chegado tão em cima da hora...Mas quem poderia prever que eles adiantariam tanto seu parto com tantas intervenções!
Quanto as intervenções, eu quero abrir aqui um parêntese para falar qual é a realidade dos nossos hospitais e profissionais. Não podemos negar que você sofreu uma violência obstétrica, quando te colocaram na ocitocina dizendo que era "rotina do hospital" e quando romperam a sua bolsa sem a sua permissão!
O que é mais triste é saber que por mais simpáticas e carinhosas que as médicas e enfermeiras pareciam ser, é assim que elas são conduzidas, ensinadas e quem sabe até coagidas a trabalhar, é assim que elas aprendem na faculdade, infelizmente esse é o nosso sistema obstétrico!
Queria muito que tivesse um parto totalmente natural, ter ficado ao seu lado fazendo massagem, levando no banho e ter dado todo o carinho e cuidado que você merecia!
Mas, enfim, o que importa é que o Luquinhas nasceu lindo,perfeito e saudável! E que você não precisou passar por uma cesária, e apesar de tudo se saiu muito bem!
Parabéns pela sua linda família!
Carla
domingo, 11 de maio de 2014
Gratidão
Como este é um blog que fala sobre parto , maternidade, respeito à vida e amor, não podia deixar de prestar minha homenagem à mulher que me gerou e me deu à vida através de um trabalho de parto intenso de 4 dias, que cuidou de mim , perdeu noites e noites e noites de sono quando eu era uma bebezinha que só chorava e simplesmente não queria dormir!
Me deu carinho, amor, compreensão, sempre esteve do meu lado nos momentos mais difíceis, foi firme quando precisou, disse não muitas vezes, mesmo quando na minha imaturidade eu pensava estar sendo injustiçada...hoje que já sou mãe de adolescentes vejo que ser mãe é uma tarefa linda e doce, mas também árdua, buscar esse equilíbrio entre amor incondicional e educação com limites não é nada fácil, saber quando e quanto dar liberdade.
Fico pensando em quantas noite ela ficou sem dormir quando eu e meu irmãos estávamos nos divertindo em nossa juventude e só agora eu entendo o quanto ela deve ter lutado e relutado para saber até onde ela podia nos deixar ir, até que ponto poderia confiar em nós, pois a minha vontade como mãe é deixar os meus filhos debaixo das minhas asas pra sempre, embora sabendo que eles precisam voar!
E hoje eu posso dizer que eu busco sabedoria em Deus para cumprir esse propósito, e ela com certeza é o meu espelho, meu exemplo , minha inspiração para ser a melhor mãe que eu puder para os meus filhos! Eu busco nela não só o exemplo , mas também seus conselhos, apesar de que quando se trata dos netos ela vira super protetora , quase paranóica...rsrsrs
Ela é a minha melhor amiga, confidente, meu porto seguro, meu exemplo , minha vida , minha MÃE !
" O seu valor excede o de muitas jóias finas" Prov 31:10
FELIZ DIA DAS MÃES À TODAS NÓS!
Carla Bichara
terça-feira, 15 de abril de 2014
Massagem para Gestantes
Oi genteeeee!!!!!!!!!
Faz um bom tempo que não posto nada aqui no blog, mas agora estou voltando e com novidades!
Agora além de doula eu sou também sou massoterapeuta e especializada em massagem para gestantes...além de uma nova ocupação , eu também descobri um novo prazer que é fazer massagem, ainda mais em uma fase como a gestação que requer cuidados especiais.
Como vcs já puderam perceber nos meus outros posts eu amo cuidar de mulheres grávidas, amo saber que estou fazendo diferença e causando algum tipo de conforto a auxílio para mães e bebês, e agora aqui está mais uma forma de ajudá-las!
Conheça os benefícios da massagem para gestantes:
1) Reduz stress e promove relaxamento profundo;
2) Propicia, com o toque acolhedor, suporte emocional e conforto;
3) Reduz e alivia dores nas articulações, pescoço e costas causadas pelas alterações na postura, fraqueza muscular, tensões e ganho de peso;
4) Atua diretamente sobre o sistema nervoso melhorando o sono e a digestão;
5) Melhora a circulação sanguínea e estimula o sistema linfático;
6) Ajuda a manter a elasticidade da pele e,
7) Promove consciência corporal e relaxamento necessários para um parto ativo
8) Alívio de edemas ;
9) Melhora na qualidade do sono.
A massagem tem um papel significativo na preparação da futura mamãe, pois a experiência do contato corporal durante a gestação, o trabalho de parto e após o nascimento do bebê proporciona mais eficiência transmitir carinho, conforto e segurança ao seu filho.
Faz um bom tempo que não posto nada aqui no blog, mas agora estou voltando e com novidades!

Como vcs já puderam perceber nos meus outros posts eu amo cuidar de mulheres grávidas, amo saber que estou fazendo diferença e causando algum tipo de conforto a auxílio para mães e bebês, e agora aqui está mais uma forma de ajudá-las!
Conheça os benefícios da massagem para gestantes:
1) Reduz stress e promove relaxamento profundo;
2) Propicia, com o toque acolhedor, suporte emocional e conforto;
3) Reduz e alivia dores nas articulações, pescoço e costas causadas pelas alterações na postura, fraqueza muscular, tensões e ganho de peso;
4) Atua diretamente sobre o sistema nervoso melhorando o sono e a digestão;
5) Melhora a circulação sanguínea e estimula o sistema linfático;
6) Ajuda a manter a elasticidade da pele e,
7) Promove consciência corporal e relaxamento necessários para um parto ativo
8) Alívio de edemas ;
9) Melhora na qualidade do sono.
Esta massagem também é ótima para o pós parto, pois é uma das fases em que a mulher se sente mais fragilizada, cansada e precisando de apoio, pode-se dizer que é extremamente relaxante além de terapêutica.
Ser massageada é sempre uma boa experiência, quer esteja grávida ou não.
Especialmente durante a gravidez a massagem ajuda na manutenção do corpo e fortalece o sistema imunológico, mulheres grávidas que recebem massagem dormem melhor, sofrem menos ansiedade e depressão e também apresentam menos complicações no trabalho de parto.
A massagem tem um papel significativo na preparação da futura mamãe, pois a experiência do contato corporal durante a gestação, o trabalho de parto e após o nascimento do bebê proporciona mais eficiência transmitir carinho, conforto e segurança ao seu filho.
Querida gestante, agende sua massagem através dos contatos :
E mail: carlavbichara@hotmail.com
Telefones: (41) 3408-7833/ 8874-9707
Atendo à domicílio.
O casal que se empoderou!

A Ma entrou em contato comigo quando já estava de 39 semanas de gestação, estava trocando de GO, pois o anterior já estava ameaçando uma cesária desnecessária, e ela queria muito ter o seu segundo da forma mais natural possível, pois a sua primeira filha havia nascido de uma cesária de emergência e ela estava muito esperançosa com este novo profissional,que na primeira consulta disse que a apoiava e que ela tinha td p realizar o seu sonho, porém, eu não acreditava muito na sua sinceridade pelo PN, pois já conhecia sua fama de cesarista, mas fiquei quieta e orando p que fosse realmente verdade, então deixamos certo que eu seria sua doula e que íamos esperar seu corpo entrar em TP.
Maaaasss, na segunda consulta com o tal médico "fofo", ele começou o terrorismo, dizendo que não esperava mais que 40 semanas, que era muito arriscado, que já tinha visto bebês morrerem por esperar demais e o mesmo blablablá de sempre... então a Má me ligou chorando assim que saiu do consultório, totalmente decepcionada, o que p mim não foi nenhuma surpresa! Pedi p que ela se acalmasse, e que nós íamos dar um jeito, nem que ela tivesse que ir p o plantão do SUS. Ela, muito determinada, e com todo o apoio do marido, o que é essencial nesse caso, no mesmo dia foi para o posto de saúde e fez sua carteirinha para ser encaminhada para uma maternidade pública aqui de Ctba.
Mas mesmo assim continuava suas consultas com o "fofo" , aí ele pediu mais uma bateria de exames e quando ela foi levar p ele, deu uma pequena alteração em seu ácido úrico, bingo! Era td o que ele precisava! Falou que a única coisa que ele podia oferecer p ela era uma cesária super bem feita, com uma cicatriz linda...rsrsrs...a humildade da pessoa vinha no pacote! Disse que ela estava com pré eclâmpsia que juntando o ácido úrico e a sua pressão que estava um pouco alterada, pois a sua pressão que sempre foi ótima 11x7 havia subido p 14x9... ele só esqueceu que uma situação de nervosismo e stress faz com que a pressão aumente! É óbvio que ela não aceitou, ele ainda fez com que ela assinasse um termo dizendo que se acontecesse algo com o bebê a responsabilidade seria dela, ela assinou, mas saiu muito abalada e o seu marido ficou extremamente preocupado (quem não ficaria com um diagnóstico tão trágico e alarmante)!
Ela me ligou mais uma vez, e fomos atrás de outras opiniões e informações, até que uma parteira que eu conheço nos indicou um médico super humanizado, o dr. Alvaro e que acreditava realmente no PN, ela conseguiu uma consulta com ele, mesmo nos últimos dias de gestação, e, a partir daí, nossa história mudou! Ele disse que esperaria a hora do bebê, e tirou todas as histórias absurdas de perigo de morte, nos tranquilizando muito...
Então, quando faltava alguns dias para 41 semanas, ela finalmente entrou em TP, me ligou de madrugada, toda feliz, eu fui p a casa dela de manhã, e esperamos, esperamos e as contrações estavam fortes mas não entravam em uma regularidade, eu passei dois dias na casa dela e nada! Então resolvemos ir no posto de saúde, onde ela seria atendida por uma enfermeira obstétrica para ouvir os batimentos cardíacos do bebê e aferir a pressão. Tudo certo, os batimentos perfeitos, pressão 11x7, 2 cm de dilatação, mas a enfermeira nos disse que ela deveria ir com urgência para o hospital, pois mãe e bebê corriam risco de vida! Então, eu pedi que ela me dissesse quais eram os riscos reais para aquele pânico, e ela me respondeu que o bebê podia fazer uma circular de cordão e morrer enforcado! Que vontade de gritar! Eu não podia estar ouvindo aquilo de uma profissional de saúde que estudou anos p se formar! A mais completa ignorância! E ela realmente acreditava naquilo que ela dizia, pois ela não tinha nada à ganhar mentindo p a Marciani...ligamos p o dr. Alvaro e ele disse que não precisávamos nos preocupar e que no outro dia ele estaria de plantão em uma maternidade e queria vê-la.
As dores continuavam e nada acontecia, então no sábado pela manhã fomos até a maternidade, e o dr. nos disse que era um falso TP e que naquele dia ela entraria na 41° semana e que à partir daquele momento, deveríamos estar em estado de "atenção" nos movimentos do bebê , perda de líquido, etc...e que ela devia dispensar a coitada da doula, no caso eu...rsrsrs... e esperar que realmente ela entrasse em TP, nos despedimos, e cada uma foi p sua casa. Até que finalmente, na segunda à noite, ela me ligou por volta das 20hs e me disse que estava com 8 cm de dilatação! Eu fui correndo p ajudá-la, e como um passe de mágica as portas do C.O. estavam abertas p mim! O dr. Alvaro já havia inclusive perguntado por mim...aiaia..ser tratada com respeito e o mais importante ver a sua doulanda ter o melhor atendimento, não tem preço!
Quando eu cheguei, a Ma continuava com os mesmo 8 de dilatação, super bem, com cara de paisagem...rsrsr...o dr. esperou umas três horas e nada mudava, então ele resolveu romper a bolsa para ajudar no TP, sempre explicando a intervenção e pedindo licença p ela, depois disso , as dores aumentaram bastante, e a Ma estava gritando, até que uma enfermeira entrou e disse se o dr. não iria oferecer analgesia, e ele fingiu demência...rsrs... e disse que ela perguntasse a Marciani, pois o parto era dela e ela quem decidia, e se ela quisesse teria que pedir! Ela então recusou e fomos p o banho, bola , massagem... passou mais umas duas horas e ela estava realmente exausta e com muita dor e com 9 de dilatação, e muito contrariada e se sentindo culpada ela finalmente pediu a analgesia...eu disse à ela que só ela sabia o limite do seu corpo e que a analgesia iria ajudá-la naquele momento, pois às vezes a parturiente relaxa e consegue dilatar e o bebê consegue descer e foi exatamente isso que aconteceu! Ah, e detalhe sua pré eclampsia era tão grave que ela passou o TP inteiro com a pressão 11x7...
Por volta de 1h o Ralf nasceu de PN, com 4 kg, enorme , lindo e saudável! E a Ma, disse p o dr. que mandaria a notícia para certos médicos que disseram que rasgariam os seus diplomas se ela parisse! E o dr. rindo respondeu: não faça isso! Não preciso nem dizer que vou indicar o dr. Alvaro p todas as minhas pacientes!
Saí do hospital muita cansada, mas muito feliz com a maravilhosa sensação de dever cumprido! Como eu amo ser doula, como eu amo fazer parte da realização de um sonho de um casal corajoso, que aguentou firme tanto terrorismo, pressão familiar, nervosismo, medo e angústia, sempre querendo e buscando o melhor p o seu bebê!
Parabéns Marciani e Petrônio por essa vitória e parabéns Ralf e Laurinha por terem pais que amam tanto e não medem esforços pelo bem estar de seus filhos!
Sua doula e amiga
Carla Bichara
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Relato da minha querida doulanda Giovana
Em julho de 2012, recebi o resultado do meu teste de gravidez, POSITIVO, um pouco de nervosismo, porém muito feliz, afinal era minha segunda gestação, muito aguardada e planejada. Havíamos pensado em tudo, as crianças irão crescer juntas, fazendo companhia um ao outro, mudamos pra uma casa onde poderíamos fazer um quartinho só pro bebe, eu poderia parar de trabalhar e dedicar os primeiros meses só pra ele, tínhamos um plano de saúde muito bom, enfim pensei em tudo, ou quase tudo..........os primeiros meses de gestação se passaram e percebi que uma coisa não estava definida.....como gostaria que fosse o parto?.....o da minha filha tinha sido pelo sus, e apesar da insegurança, e alguns funcionários insensíveis, tinha corrido tudo bem para um parto normal.
Pensei que seria legal um segundo parto normal, mas ai lembrei da dor, do medo, da insegurança q senti durante as "10horas" de trabalho de parto..e me lembrei de uma conversa com um obstetra sobre analgesia, parto sem dor, ou parto com data e hora marcada (cesariana)....e comecei cogitar a hipótese....foi então q uma pessoa muito querida, Hj uma preciosa amiga, se aproximou de mim e começou a me falar sobre o trabalho dela como doula, sobre parto humanizado, sobre os muitos benefícios do parto normal, tanto pra Mae quanto pro bb.....e então depois de algumas conversas e uma reunião muito gostosa, onde compartilhamos experiências, e recebemos muitas informações importantes, não tive mais duvida - quero que o meu parto seja o mais natural possível- conversei com minha obstetra sobre a minha decisão, escolhi a maternidade e ficou tudo acertado.....
Os meses se passaram, a chegada do bb foi se aproximando, e a tensão tb......comecei com as primeiras contrações que permaneciam regulares por um tempo e então paravam.... Assim foi por quase uma semana......comecei ficar meio frustrada e ansiosa, porém sempre em contato com minha doula, Carla, estávamos confiantes q estava tudo bem e que na hora certa escolhida por Deus o Alexandre viria ao mundo......dia 7 de marco de 2013 as contrações se intensificaram e parecia que a tão esperada hora havia chegado.....liguei para Carla só pra deixa-lá por dentro da situação, pois estava me sentindo super bem, sabia q era só o comecinho do trabalho de parto, que ainda viriam alguuuuumas horas pela frente......mas pra minha surpresa e alegria ao final da tarde a Carla toca a campainha dizendo que foi ficar comigo, passar a noite se necessário, pra me deixar mais segura e me acompanhar nesse processo. As horas foram passando e à meia noite já havíamos feito de tudo pra ver se esse trabalho de parto desencadeava logo, pois as dores da contração parecia que estavam diminuindo de novo....pular sentada na bola, caminhar, banho quente com a bola, já havia perdido o tampão e nada....ai, ai meu Deus, será q não vai ser hj?.....
Amanheceu e minha Doula lá comigo, as dores haviam praticamente sumido, preocupadas em ver se estava tudo bem o bb, partimos para maternidade.....exame de toque: pouca dilatação, ausculta do feto: tudo ok, plano da medica: cesariana........fiquei assustada pois os planos não estavam correndo como eu queria, mas colocamos a situação na presença de Deus e então falei pra medica q queria muito mesmo tentar um parto normal, ela resolveu colocar um soro para induzir as contrações e que esperaria no máximo 3h para ver se dava algum resultado senão iria partir para cesariana......fiquei confiante que daria tudo certo, o soro foi colocado e minha Doula continuou cuidando de mim, confesso que Ate aquele momento parecia que a estava incomodando , que não havia necessidade dela ficar comigo o tempo todo, mas quando o soro começou a fazer efeito, que por sinal foi bem mais rápido do que esperávamos, as dores foram ficando cada vê mais fortes, fui me sentindo frágil, ansiosa e com medo, e então agradeci a Deus por ter a Carla ali comigo, me incentivando a caminhar, me ajudando com o banho, massageando minhas costas, orando por mim, me dando suporte nesse momento tão frágil........
Então as 3h se passaram, a medica veio ao quarto e o Alexandre estava quase vindo ao mundo...graças a Deus teria meu bb sem precisar de uma cesariana.....as dores eram muito fortes, mas sabia que faltava pouco e não queria a analgesia....porém nessas circunstâncias confiamos nos muitos anos de estudo do medico e a minha insistiu para que eu fizesse a analgesia...fui encaminhada a sala de parto, fizeram a tal aplicação analgésica, as dores pararam e por um instante eu achei aquilo muito bom, apesar das coisas não estarem acontecendo conforme o que eu planejara sabia que Deus estava no controle.....mais uma hora se passou, as dores foram voltando aos poucos a medica me posicionou para a hora do parto e a partir dali eu só queria que ele nascesse logo e com saúde.......a medica achou necessário romper a bolsa e fazer uma episiotomia para facilitar a passagem do bb, mais uma vez, gostaria que não houvesse necessidade desses procedimentos, mas queria que meu bb viesse ao mundo em segurança.........
Por fim as 15:10h do dia 8 de marco de2013 o Alexandre nasceu, lindo e saudável......e ja nem me lembrava mais das dores e medo que senti tamanha era minha alegria por ter ele nos meus braços.....hj sei que tudo que aconteceu e o q nao aconteceu foi permissão de Deus, e tudo cooperou para o nosso bem....tenho um bb saudável, inteligente, lembranças maravilhosas daquele dia e muita gratidão por tudo que minha Doula fez por nós, a simples presença dela me deixou menos insegura e mais confiante...não me arrependo de nada e penso que talvez se não a conhecesse teria me deixado influenciar por uma cesariana e com certeza não teria vivido essa aventura maravilhosa, emocionante e tão especial para Mãe e filho que é o "parto normal". Obrigada amiga
Giovana Bruning
Querida Gi, obrigada pelo seu relato tão lindo e carinhoso! Amei cada segundo
que fiquei ao seu lado nesse momento tão especial da sua vida, é tão gratificante saber que consegui ajudar de alguma maneira!
Realmente, de simples conhecidas, neste tempo precioso que tivemos de doula e doulanda nasceu uma amizade verdadeira...saiba que pode contar comigo sempre! O Ale é mesmo lindo e saudável, uma benção de Deus!
Amo vcs...
Sua doula e sempre amiga
Carla
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Entendendo a Cesariana
Gente, o texto abaixo não é meu, eu li no face da Janaina Rosa, e acredito que seja de sua autoria, mas como eu achei o texto maravilhoso, super informativo e esclarecedor, resolvi compartilhar com vcs minhas lindas leitoras, ou leitores se houver algum...rsrs... e me fez lembrar a discussão com aquele doutor mega cesarista que se revoltou quando eu postei no meu face o trailer do filme " O Renascimento do Parto", e me escreveu indignado que ele fazia uma cesariana maravilhosa em 20 min. e suas pacientes eram cheias de ocitocina...rsrs... (rindo p não chorar) , e eu fiquei imaginando a forma traumática que aqueles bebês são tirados do ventre, o susto, a violência e o mal estar que eles devem sentir e o meu coração fica apertado... Vcs acreditam que eu ouvi uma médica falar que tem médicos que concorrem p ver quem faz uma cesárea mais rápida? Isso devia ser motivo de vergonha!
E por mais que eu deixe muito claro que nós não somos contra cesáreas necessárias, as pessoas insistem em dizer que se sentem ofendidas quando "pregamos" o parto normal, e que para nós, o mais importante é o parto e não o bebê...
Toda essa luta é pelo bem estar da mãe, mas principalmente pela criança e para a criança, é pelo direito do bem nascer, é pelo direito dos seus órgãos passarem pelo último processo de desenvolvimento, receber os hormônios que lhe são necessários, é pelo direito de nascer quando ele estiver pronto e preparado, é pelo direito dele saber que algo vai acontecer em breve, sentindo cada contração no útero de sua mãe e pelo direito de não ser arrancado muitas vezes de forma violenta e depois disso não poder nem ficar um tempinho ao lado de sua amada, seu porto seguro, sua proteção, sentir sua voz, o seu cheiro,e até mesmo ouvir as batidas do seu coração, que é a única coisa que ele precisa naquele momento!
Cada mulher têm o direito de decidir escolher o tipo de nascimento de seu filho, e eu respeito, mas eu também tenho direito de passar informações para quem está aberta à isso! Eu não posso abrir mão das minhas convicções e da verdade para agradar quem não quer recebê-las!
Cesárea necessária ???????? Simmmm !!!!!!!!!!!!!! E se for necessária?????? Que seja humanizadaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Carla Assistam ! É emocionante...chorei
Segue o texto:
Tipos de parto: a Cesariana
O nome "oficial" da Cesariana é cirurgia para remoção (ou extração) de feto.
A palavra tem origem no verbo latino caedo -is, cecidi, caesum, caedere, que significa cortar. Acredita-se que o imperador Júlio César teria nascido assim, após a morte de sua mãe, no nono mês de gestação (e por isso teria recebido esse nome), e existem relatos de que esta técnica já seria praticada desde muito antes disso.
Obviamente, apenas era utilizada em casos desesperados, onde já não havia nenhuma esperança de salvar a mãe, e buscava-se, em um último recurso, salvar o bebê. A maioria dessas ciurgias resultava em mortes por infecção, ou simplesmente "não dava certo", como é de se esperar em culturas que não conheciam ainda muito bem o funcionamento do corpo humano, nem a importância da assepsia.
A cirurgia cesariana só se tornou um recurso viável, realmente, após o descobrimento da penicilina, em 1928. Graças a essa descoberta, foi possível salvar cada vez mais mulheres e bebês que, sem isso, estariam condenados a uma morte certa.
Desde então, as taxas de cesarianas no mundo todo não pararam de aumentar, atingindo níveis extraordinários em alguns países, como o Brasil, que, em 2009, chegava a apresentar quase 50% de cesarianas (chegando a assombrosos 80% em hospitais particulares).
Em 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou, após amplo estudo, em diversos países, que uma taxa de cesarianas superior a 15% é medicamente injustificável, e aumenta a incidência de morbimortalidade materno-fetal. Por isso, a cirurgia Cesariana só deveria ser feita com indicação médica real.
Ambiente
A cirurgia Cesariana sempre acontece em ambiente hospitalar, no centro cirúrgico. Não há possibilidade de fazer isso em outro lugar. Alguns hospitais permitem que a mulher coloque uma música de fundo nessa hora, e é possível pedir para que desliguem o ar condicionado, para diminuir o frio da sala para a chegada do bebê.
Equipe
Por ser uma cirurgia de grande porte, a Cesariana requer uma equipe completa: obstetra, pediatra, anestesista, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Hoje, em muitos hospitais, o pai também pode estar presente nessa hora, e alguns até permitem que a mulher seja acompanhada também por uma doula.
Procedimentos
Após a internação, a mulher recebe uma anestesia peridural na coluna, que permite que fique acordada, porém sem sensibilidade ou controle do peito para baixo. É necessário que esteja sem comer há algumas horas para evitar que vomite.
Ela é deitada na cama do centro cirúrgico e seus braços são amarrados, em forma de cruz. A anestesia muitas vezes causa tremores, e pode causar convulsões, em alguns raros casos, então é necessário que a mulher esteja imobilizada. Ela é conectada a diversos aparelhos, que checam constantemente sua pressão e batimentos cardíacos.
É colocado um campo estéril diante de seu rosto, que, ao preservar a assepsia, também impede que a mulher veja o que está acontecendo na "área dos médicos", lá embaixo, e procede-se à assepsia da região cirurgical, com iodo.
É feita uma primeira incisão, que pode ser transversal (horizontal) ou longitudinal (vertical, mais rara) sobre a barriga da mulher (1), acima da linha dos pelos púbicos. Hoje em dia, busca-se fazer uma incisão pequena, para facilitar a cicatrização e diminuir a formação de quelóides.
São sucessivamente abertos o tecido subcutâneo (2) e a aponeurose dos músculos reto abdominais (3), separados os músculos na linha média (4) e abertos o peritônio parietal (5) e o peritônio visceral (6), deixando visível a parede uterina (7).
São introduzidos retentores de metal, que seguram essas camadas de pele, músculo e gordura abertas, para que o médico possa, então, fazer uma incisão no útero da mulher.
Rompe-se a bolsa manualmente e o líquido amniótico é aspirado. O próximo passo é a extração do feto, que é rapidamente colocado encima da barriga da mãe, aspirado e tem o cordão clampeado.
A retirada da placenta e revisão manual da cavidade uterina acontecem então, e são feitas as suturas, em cada camada de pele, individualmente. A mulher recebe muitos pontos, cerca de 75, e, mesmo que a retirada do bebê seja rápida, de 5 a 15 minutos, o procedimento total da cirurgia dura, em média, uma hora.
Abaixo, o comentário do Dr Galleta a respeito das suturas na cesariana:
"No geral, fechando todas as camadas com cuidado e destreza, uma cesárea dura cerca de 60 minutos, ou um pouco mais, se houver uma cesárea prévia. Feita em menos de 40 minutos, não indica melhor técnica cirúrgica, mas justamente a falta dela. Basta você imaginar a costura de 7 panos diferentes, mesmo que em chuleio, para perceber que, para fazer direito, não dá para fazer assim tão rápido. Afinal, se temos cuidado em bordar um pano de prato, quanto mais a barriga de alguém!"
Geralmente, enquanto a mãe passa por todos esses procedimentos, o bebê é levado para o berçário, para as primeiras avaliações, e, na maioria das vezes, o pai vai junto. A mãe só vê o bebê rapidamente na sala de cirurgia, antes que ele seja levado, e volta a vê-lo apenas quando já está instalada no quarto. Antes disso, ele passará um tempo em observação no berçário, para ter certeza de que não tem nenhum tipo de desconforto respiratório, muito comum em bebês nascidos por Cesariana. A mãe também passará um tempo em observação, na enfermaria, até que se recupere da anestesia e consiga, pelo menos, urinar.
A cesariana tem a reputação de ser "um parto indolor", porém, é necessário lembrar que se trata de uma cirurgia, e não de um parto fisiológico: as mulheres que acabaram de passar por uma cesariana são consideradas convalescentes por, em média, 40 dias, e não devem levantar peso acima de 3 Kg, para não arriscar estourar os pontos.
O Brasil é o único país do mundo em que as mulheres podem optar por uma cirurgia cesariana por motivos não-médicos. Este fenômeno, conhecido como Cesariana Eletiva (que será abordado mais en detalhes aqui no blog mais para a frente), está deixando o mundo inteiro chocado, e nos rendeu uma reprovação internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2006.
Como militante da humanização do parto, não apoio a Cesariana Eletiva. Reconheço que a cirurgia Cesariana é um procedimento médico sério, que tem consequências físicas e psíquicas, que podem incluir: dificuldade de estabelecimento de vínculo afetivo entre mãe e bebê, aumento de incidência de depressão pós-parto, dificuldades na amamentação, hemorragias, problemas circulatórios, trombose, infecção, má-cicatrização, reações alérgicas aos diversos medicamentos usados durante e após a cirurgia, e, em alguns casos, até morte da mãe e do bebê. Apoio sua utilização apenas em casos de real necessidade, de preferência realizada de maneira humanizada.
É possível humanizar a Cesariana?
A resposta é motivadora: sim é possível humanizar a Cesariana.
Como?
Em primeiro lugar, assegurando que a indicação da cirurgia seja uma necessidade real. Em seguida, fazendo com que seja uma experiência o mais próxima possível da realidade do parto natural.
Nesse modelo, a mãe é valorizada: deseja-se que ela participe do momento, então explica-se para ela tudo o que está acontecendo e abaixam-se os campos cirúrgicos, para que possa ver seu filho nascendo.
Na Cesária Humanizada, o corte tem apenas 10cm, que é o mesmo diâmetro da dilatação vaginal, e o bebê é retirado bem devagar, para reproduzir a massagem que seria recebida se ele tivesse nascido pela via vaginal, o corte do cordão não precisa ser imediato e o bebê pode, sim, ir direto para o peito da mamãe e começar a mamar, enquanto a equipe termina de fazer seus procedimento e costurar lá embaixo. A separação não precisa acontecer de forma rotineira, e os primeiros cuidados com o bebê podem ser feitos ali mesmo, no colo da mãe
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