terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quer parir? Então lute por isso...

O parto da Thamy me mostrou mais uma vez que aqui no Brasil nesse sistema cesarista não basta querer um parto normal, tem que lutar, se informar, buscar profissionais humanizados e instituições respeitosas que não induzam uma cesária mentirosa nos instantes finais.

E foi isso que ela fez, ouviu meus conselhos, mudou de GO com 37 semanas e passando por cima de todas as dúvidas, ansiedades e medos, ela pariu! 

Parabéns querida, você é uma guerreira, uma mãe que buscou em todo o tempo o melhor para o seu filho...muito, muito orgulho de ter sido sua doula!

MEU PARTO

Por Thamy Maia
Desde que engravidei sempre desejei um parto normal. Pensar na dor e nos tantos “terrorismos” que fazem acerca desta forma de parir, nunca me intimidou, ou me fez questionar a vontade que tinha.
Tive uma gravidez tranquila, mas ao final do 8° mês, minha médica deixou clara suas intenções de induzir-me a uma cesariana, alegando que meu bebê era muito grande para mim. Não contente com o que ela havia dito, conversei com uma colega (super consciente) que me apresentou a Carla, uma doula doce e atenciosa, que já de imediato me identifiquei. Ela me fez ver o quanto valia a pena continuar lutando pelo parto normal. Indicou-me uma nova médica, que começou a me atender com 37° semanas de gestação. Desta forma, com tudo ajeitado, resolvemos esperar. Meu pequeno Noah iria decidir o dia que queria vir ao mundo e eu esperaria ansiosa este momento, tão natural. Chegando no final da 39° semana, fiz cardiotocografias para acompanhar a atividade fetal e possíveis contrações, e nada de meu pequeno dar sinal. Até que no dia 02-12-2014, já com 40 semanas, fiz mais uma cardiotoco, às 23h, e constou atividade fetal normal e início de contrações, a enfermeira ainda me disse: - Ih, fique calma, ás vezes essas pequenas contrações duram dias até desencadear o trabalho de parto. Fui pra casa com este pensamento, achando que ainda não era hora. Contudo, sentia minha barriga endurecer e voltar ao normal, sem nenhuma dor. Passei a noite toda assim, contrações, mas sem dor. Quando o dia amanheceu, senti dores como de cólica menstrual. Liguei para minha doula, que disse que poderia ser o trabalho de parto iniciando. Fiquei muito feliz. Comecei a cronometrar os intervalos entre as contrações, já estavam de 15 em 15min. No horário do almoço as dores apertaram e liguei novamente para a doula que achou melhor irmos para o hospital ver como estava caminhando e se eu já tinha contrações, e então voltarmos para minha casa para que o trabalho de parto fosse passado lá. Pelo menos era esse o plano.
Quando meu marido me levou de carro ao hospital, cerca de 14h da tarde, as dores ficaram muito fortes, mal conseguia ficar sentada no carro. Continuei cronometrando as contrações, que já estavam em intervalos de 5 em 5, e chegando no hospital, já de 3 em 3 minutos.
Na recepção da maternidade, já vi o rosto amigo da minha mãe e da Carla, o que me tranquilizou bastante.
Carla entrou comigo como minha acompanhante, e assim começou nossa maratona. Já tive que internar, pois estava com 8cm de dilatação e em poucas horas já estava com dilatação total. Usei a ducha quente, a bola suíça, e minha querida doula o tempo todo comigo, me encorajando e fazendo massagens sem cessar nas minhas costas (que doíam absurdamente). Quando chegou o momento de fazer a força de expulsão, Carla me orientou sobre a forma correta de empurrar e me escorou durante todo processo. Certo momento, quando achei que já não teria mais forças físicas para continuar, ela me fez lembrar do quanto eu queria aquele momento e sempre me confortando dizendo o quanto eu estava indo bem.
Às 20:45h do dia 03-12-2014, nascia meu pequeno Noah, lindo, forte, mas assim como eu, exausto. Carla ficou ainda um bom tempo comigo, para apreciarmos nossa conquista e depois trocou de lugar com meu marido, que veio conhecer nosso filho.
             
Hoje não me imagino passando por toda essa experiência única e maravilhosa, sem a presença de uma doula. A Carla foi determinante neste processo. Foi tudo o que eu precisava naquele momento. Parir é um dom maravilhoso que Deus nos dá e as doulas são anjos que nos ancoram neste processo.





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