terça-feira, 16 de abril de 2013
Amor de Mãe
Que amor é esse, que não busca seus próprios interesses, que enfrenta qualquer obstáculo, que não desiste e que acredita no milagre apesar das circunstâncias.
O amor que é paciente e bondoso, mas ao mesmo tempo, é forte agressivo como um leão quando defende a quem ama.
O amor justo e verdadeiro, incondicional no verdadeiro sentido da palavra, que nunca guarda rancor, que se entristece com as atitudes, mas que é imutável, perdoa com um simples sorriso ou um olhar arrependido, ou simplesmente perdoa sem que isso lhe seja solicitado.
O amor que sofre as dores de um parto, mas que no segundo após o nascimento recebe a felicidade plena, o alívio e o sentimento de que sua primeira missão foi cumprida.
O amor que tudo suporta em benefício do seu bem maior .
O amor que acima de tudo crê no impossível.
Este amor vem de DEUS , ou melhor este amor é DEUS que na sua infinita Graça, Sabedoria e Misericórdia compartilha com a mulher a partir do momento em que ela se torna mãe!
Carla Bichara
sábado, 6 de abril de 2013
Guia dos direitos da Gestante e do Bebê
Um guia lançado pelo Ministério da Saúde juntamente com a UNICEF , para que todos saibam os seus direitos e com todos as entidades e números de telefones onde poderemos denunciar os abusos, os descasos e as violências cometidas contra a gestante.
Achei muito interessante pois eles abordam assuntos do parto humanizado , o tratamento adequado e as intervenções desnecessárias , assim como é citado que a cesárea seja feita somente quando necessária.
Eu sei que isso é só um passo e que estamos longe de ver essa realidade, mas a informação da população é essencial para que isso aconteça, pois só um povo bem informado luta por seus direitos !
Segue o link com o guia completo :
http://www.visaomundial.org.br/files/documentos/41ed7d80a0dab00ca03a8230aebba198.pdf
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Vergonha !
A Folha de São Paulo noticiou isso no domingo de Páscoa.
Em um país onde mais de 50% dos nascimentos estão acontecendo via cirurgia cesariana, muitas delas eletivas, quando o bebê ainda não está pronto para nascer, sendo a rede privada a maior responsável por isso, com mais de 80% de cesáreas, tornando o Brasil uma vergonha mundial em termos de assistência ao parto, onde 25% das mulheres que vivem partos normais são violentadas física ou psicologicamente durante o nascimento de seus filhos, nesse país, esse mesmo em que vivemos, as operadoras de planos de saúde estão dando uma de
pombo enxadrista e defecando (para não agredir a sua leitura utilizando o verbo similar) sobre a saúde materno-infantil, sobre o movimento de humanização do parto, sobre as diretrizes do Ministério da Saúde, sobre as orientações da Organização Mundial de Saúde, sobre os direitos do consumidor, sobre os 80% de cesáreas na saúde suplementar, em prol do enriquecimento cada vez maior às custas da saúde de centenas de mulheres e seus bebês.
Quando contatada pela equipe de reportagem, a Amil disse que “o atendimento de urgência obstétrica é realizado pela rede credenciada habilitada para atendimento de pronto-socorro obstétrico”. Entendeu? Ela está dizendo que parto normal é coisa de pronto socorro… Para ter bebê na maternidade, só agendando. Ou seja: cesárea nelas ou o dinheiro aqui na minha mão!
Agora, sim, é hora de indignação total!
Onde está o respeito à mulher, à criança, à saúde, às vidas humanas que estão sendo colocadas como mercadorias baratas, em situação de vulnerabilidade, em um momento crucial de suas vidas?! Que mundo é esse onde a conveniência, a comodidade, o oportunismo – FINANCEIRO! – é superior ao valor da vida das pessoas, de sua saúde?! Onde estão as autoridades de fiscalização das operadoras de planos de saúde que não estão agindo nesse caso de extremo, claro e indiscutível desrespeito não somente aos consumidores, mas aos seres humanos, às suas experiências de vida?!
Bem, para responder essa pergunta, a equipe de reportagem foi procurar Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, que é a
agência que regula
(?) os planos de saúde no Brasil. Sabe o que ela disse? Que ainda não recebeu nenhuma reclamação de casos como os citados na reportagem… E que isso seria necessário para que ela pudesse analisar o contrato entre a operadora e os hospitais e avaliar se há irregularidade. A agência disse ainda (e estou copiando literalmente o que está lá na reportagem, confira, verá que não estou mentindo) que as operadoras podem realizar contratos em que oferecem cobertura apenas de procedimentos agendados em determinados hospitais, mas estranhou que isso esteja acontecendo na área obstétrica.
Se a ANS, que é a ANS, “estranhou” que isso esteja acontecendo na área obstétrica, imagine o que sente uma mãe em trabalho de parto que tem o atendimento negado no momento de maior vulnerabilidade, em uma das horas mais especiais de sua vida?
Não precisa pensar muito para vislumbrar as consequências dessa prática sacana, calhorda, absurda. Muitas mulheres estão fugindo para a cesárea por medo de serem violentadas no parto. Teremos mais um motivo de fuga: o medo do não atendimento.
A mim, parece meio óbvio que se precisamos de uma força tarefa para reduzir os inaceitáveis índices de cesariana, não será forçando uma mulher a marcar a sua (ops!) cesariana que vamos conseguir, não é? E, sinceramente, se a equipe de reportagem conseguiu acesso a essa informação, sério mesmo que a ANS não sabia? Vai ficar estranhando, apenas? Não cabe investigação e intervenção compulsórias?
Bem….
Sinto-me – como muitas de nós, mulheres, ativas, ativistas, envolvidas, também devem se sentir –desanimada… Atuamos na área da pesquisa e ação em saúde materna e infantil, contra a violência no parto, em saúde coletiva e nos deparamos com esse tipo de situação… Sinto-me um ET ajudando a orientar mulheres e famílias que estão buscando seus partos felizes, e recebendo, de dezenas de pessoas (também indignadas), link para matérias como essa…
Sinto desânimo.
Às vezes, parece que esse trabalho, pequeno, constante, dedicado, quase voluntário, que todas nós fazemos, não vai dar conta, não vai funcionar. Dá vontade de desistir. Dá vontade de vir aqui e dizer: “Quer saber? Estamos desistindo… Quer vir aqui e escrever VIVA A CESÁREA!, pode vir. Quer escrever PARTO BOM É O DE BEBÊ VIVO, pode vir. Quer dizer que POR MIM PODE CORTAR A MULHER EM QUATRO DESDE QUE ME ENTREGUE UM BEBÊ BOM, vai, tá liberado”. Sim, vamos desistir. Vamos jogar a toalha, esquecer tudo isso, cuidar das nossas vidas, deixar esse tal renascimento pra lá porque, afinal, não vamos dar conta…
…
MENTIRA.
Primeiro de abril.
Na sua busca pelo respeito à sua autonomia, não se deixe enganar. Nunca! Nem hoje, que é primeiro de abril. Lembre-se que tem muita gente envolvida que pode te auxiliar. Nós já não somos tão poucas. Também não somos quietas. E ainda que vejamos o mundo com bons olhos, não nos enganamos fácil.
Nós não estamos nos organizando. Nós já estamos organizadas.
E mentira não está em nosso rol de evidências.
Não tente nos enganar.
“Revoltadas com o que consideram prejuízo ao parto normal “mães militantes” discutem em grupos da internet formas para “driblar” a proibição. Uma delas é recorrer a um truque com a “cumplicidade” do obstetra. As gestantes pedem ao médico uma guia de internação solicitando ao convênio o agendamento de uma cesárea com data posterior a prevista para o bebê nascer. Assim, chegam ao hospital em trabalho de parto, antes do dia marcado, conseguem ser admitidas e fazer o parto normal. É que com a guia, elas não entram por meio do pronto-socorro. Essa foi a saída adotada por uma analista ambiental, que pede para não ser identificada por temer que o médico seja punido. “Temo agora que descubram e me mandem a conta da maternidade. Aí, vou recorrer à Justiça”, afirma. A via judicial é outra alternativa. O advogado de Joana Imparato, 31, disse para ela entrar com uma liminar e obrigar o plano a dar cobertura. “Há jurisprudências que consideram a conduta abusiva. O plano não informa antes a situação para a grávida, há falha de informação”, diz a advogada Renata Vilhena.”
Por Ligia Moreiras Sena, também conhecida como a Cientista Que Virou Mãe, com contribuição de Marília Mercer e Heloísa Salgado.
Em um país onde mais de 50% dos nascimentos estão acontecendo via cirurgia cesariana, muitas delas eletivas, quando o bebê ainda não está pronto para nascer, sendo a rede privada a maior responsável por isso, com mais de 80% de cesáreas, tornando o Brasil uma vergonha mundial em termos de assistência ao parto, onde 25% das mulheres que vivem partos normais são violentadas física ou psicologicamente durante o nascimento de seus filhos, nesse país, esse mesmo em que vivemos, as operadoras de planos de saúde estão dando uma de
pombo enxadrista e defecando (para não agredir a sua leitura utilizando o verbo similar) sobre a saúde materno-infantil, sobre o movimento de humanização do parto, sobre as diretrizes do Ministério da Saúde, sobre as orientações da Organização Mundial de Saúde, sobre os direitos do consumidor, sobre os 80% de cesáreas na saúde suplementar, em prol do enriquecimento cada vez maior às custas da saúde de centenas de mulheres e seus bebês.
Quando contatada pela equipe de reportagem, a Amil disse que “o atendimento de urgência obstétrica é realizado pela rede credenciada habilitada para atendimento de pronto-socorro obstétrico”. Entendeu? Ela está dizendo que parto normal é coisa de pronto socorro… Para ter bebê na maternidade, só agendando. Ou seja: cesárea nelas ou o dinheiro aqui na minha mão!
Agora, sim, é hora de indignação total!
Onde está o respeito à mulher, à criança, à saúde, às vidas humanas que estão sendo colocadas como mercadorias baratas, em situação de vulnerabilidade, em um momento crucial de suas vidas?! Que mundo é esse onde a conveniência, a comodidade, o oportunismo – FINANCEIRO! – é superior ao valor da vida das pessoas, de sua saúde?! Onde estão as autoridades de fiscalização das operadoras de planos de saúde que não estão agindo nesse caso de extremo, claro e indiscutível desrespeito não somente aos consumidores, mas aos seres humanos, às suas experiências de vida?!
Bem, para responder essa pergunta, a equipe de reportagem foi procurar Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, que é a
agência que regula
(?) os planos de saúde no Brasil. Sabe o que ela disse? Que ainda não recebeu nenhuma reclamação de casos como os citados na reportagem… E que isso seria necessário para que ela pudesse analisar o contrato entre a operadora e os hospitais e avaliar se há irregularidade. A agência disse ainda (e estou copiando literalmente o que está lá na reportagem, confira, verá que não estou mentindo) que as operadoras podem realizar contratos em que oferecem cobertura apenas de procedimentos agendados em determinados hospitais, mas estranhou que isso esteja acontecendo na área obstétrica.
Se a ANS, que é a ANS, “estranhou” que isso esteja acontecendo na área obstétrica, imagine o que sente uma mãe em trabalho de parto que tem o atendimento negado no momento de maior vulnerabilidade, em uma das horas mais especiais de sua vida?
Não precisa pensar muito para vislumbrar as consequências dessa prática sacana, calhorda, absurda. Muitas mulheres estão fugindo para a cesárea por medo de serem violentadas no parto. Teremos mais um motivo de fuga: o medo do não atendimento.
A mim, parece meio óbvio que se precisamos de uma força tarefa para reduzir os inaceitáveis índices de cesariana, não será forçando uma mulher a marcar a sua (ops!) cesariana que vamos conseguir, não é? E, sinceramente, se a equipe de reportagem conseguiu acesso a essa informação, sério mesmo que a ANS não sabia? Vai ficar estranhando, apenas? Não cabe investigação e intervenção compulsórias?
Bem….
Sinto-me – como muitas de nós, mulheres, ativas, ativistas, envolvidas, também devem se sentir –desanimada… Atuamos na área da pesquisa e ação em saúde materna e infantil, contra a violência no parto, em saúde coletiva e nos deparamos com esse tipo de situação… Sinto-me um ET ajudando a orientar mulheres e famílias que estão buscando seus partos felizes, e recebendo, de dezenas de pessoas (também indignadas), link para matérias como essa…
Sinto desânimo.
Às vezes, parece que esse trabalho, pequeno, constante, dedicado, quase voluntário, que todas nós fazemos, não vai dar conta, não vai funcionar. Dá vontade de desistir. Dá vontade de vir aqui e dizer: “Quer saber? Estamos desistindo… Quer vir aqui e escrever VIVA A CESÁREA!, pode vir. Quer escrever PARTO BOM É O DE BEBÊ VIVO, pode vir. Quer dizer que POR MIM PODE CORTAR A MULHER EM QUATRO DESDE QUE ME ENTREGUE UM BEBÊ BOM, vai, tá liberado”. Sim, vamos desistir. Vamos jogar a toalha, esquecer tudo isso, cuidar das nossas vidas, deixar esse tal renascimento pra lá porque, afinal, não vamos dar conta…
…
MENTIRA.
Primeiro de abril.
Na sua busca pelo respeito à sua autonomia, não se deixe enganar. Nunca! Nem hoje, que é primeiro de abril. Lembre-se que tem muita gente envolvida que pode te auxiliar. Nós já não somos tão poucas. Também não somos quietas. E ainda que vejamos o mundo com bons olhos, não nos enganamos fácil.
Nós não estamos nos organizando. Nós já estamos organizadas.
E mentira não está em nosso rol de evidências.
Não tente nos enganar.
“Revoltadas com o que consideram prejuízo ao parto normal “mães militantes” discutem em grupos da internet formas para “driblar” a proibição. Uma delas é recorrer a um truque com a “cumplicidade” do obstetra. As gestantes pedem ao médico uma guia de internação solicitando ao convênio o agendamento de uma cesárea com data posterior a prevista para o bebê nascer. Assim, chegam ao hospital em trabalho de parto, antes do dia marcado, conseguem ser admitidas e fazer o parto normal. É que com a guia, elas não entram por meio do pronto-socorro. Essa foi a saída adotada por uma analista ambiental, que pede para não ser identificada por temer que o médico seja punido. “Temo agora que descubram e me mandem a conta da maternidade. Aí, vou recorrer à Justiça”, afirma. A via judicial é outra alternativa. O advogado de Joana Imparato, 31, disse para ela entrar com uma liminar e obrigar o plano a dar cobertura. “Há jurisprudências que consideram a conduta abusiva. O plano não informa antes a situação para a grávida, há falha de informação”, diz a advogada Renata Vilhena.”
Por Ligia Moreiras Sena, também conhecida como a Cientista Que Virou Mãe, com contribuição de Marília Mercer e Heloísa Salgado.
9 Responses to “Parece mentira… Mas não é.”
terça-feira, 2 de abril de 2013
Aconteceu no dia 1° de abril, mas infelizmente o meu relato é verdadeiro ...
Ontem fui acompanhar o parto de mais uma gestante, e saí do hospital com dois sentimentos: realizada, com a sensação de dever cumprido, pois tudo correu bem com ela e com o bebê; por outro lado triste, decepcionada,indignada com o ser humano, e com o sistema hospitalar e com a lei do acompanhante que existe mas não se tem estrutura alguma para que aconteça da forma correta.
Tudo aconteceu em um hospital público de Curitiba, que por acaso também sou voluntária, que também não é o HC...
Chegamos às 10 da manhã, e ela estava com 8cm de dilatação, fomos bem atendidas e logo ela foi internada no pré parto. Nesta sala havia mais 2 gestantes e na salinha ao lado também duas. Como só pode entrar um acompanhante, nós havíamos combinado que eu ficaria na fase mais complicada que é a fase de transição, e o marido dela entraria exatamente na hora do parto para ver o seu filho nascer.
Na cama ao lado da dela havia uma menina de mais ou menos 20 anos que estava muito fragilizada, até mesmo infantilizada naquela hora. Chorava e falava como uma criancinha de 4 anos (ela estava induzindo o parto com ocitocina pois ela vinha perdendo líquido amniótico desde sábado.) Pediram para o marido sair, pois precisavam fazer os procedimentos, e isso também eu considero horrível, a cada 10min temos que sair e ficar no corredor por não ter a mínima privacidade para as gestantes. Mas este pai saiu e não voltou mais, não sei se ele não quis, mas acho que foi porque não deixaram mesmo. Então eu fui chamar o marido da Ana para que ele pudesse vê-la e ficar mais tranquilo, mas me disseram: "se você sair, não pode mais entrar, e homem não pode ficar aqui agora, pois está muito tumultuado". Então, a lei do acompanhante que diz: "acompanhante de sua escolha" colada na porta do C.O. não tem mais valor.
E tinha também uma outra menina em outra sala que chegou muito assustada, gritando. Foi quando ouvimos a enfermeira falar:" fica quieta, não grita, não faça escândalo, você está assustando as outras gestantes. Se você foi mulher o suficiente para fazer esse filho, então agora vai ter que aguentar essa dor sem gritar, e se não parar vou tirar a sua acompanhante daqui. O hospital já está permitindo deixar sua irmã ficar do seu lado, e você não dá valor! "
A Ana ( a gestante que eu estava acompanhando) por sua vez, só gemia baixinho, tentando não chamar a atenção, mas a menina da qual o marido havia desaparecido, chorava muito a cada contração, eu fui tentar acalmá- la, fazer um carinho nela e a enfermeira me disse que eu deveria ficar apenas com a minha paciente e não ficar nem perto das outras. Que vontade de chorar, por que eu não podia segurar nas mãos delas por alguns segundos? No que isso iria prejudicar o andamento das coisas?
Mas resolvi obedecer, pois tudo o que eles queriam era um motivo para me tirar dali. E a menina continuou chorando baixinho, sem fazer escândalo algum, então chegou a mesma enfermeira "carinhosa" que já havia dito as "palavras de incentivo" para a outra paciente e falou: " pode parar com esse aiaiai, vc só está com dor de parto , aiaiai, é pra quem está morrendo! "
Quando a Ana estava na momento mais difícil , depois que romperam a bolsa, começou a troca de plantão e uma das enfermeiras falou que o médico mandou que todos os acompanhantes saíssem, a Ana me olhou assustada e eu disse para ela que ninguém iria me tirar daquela sala, que Deus não iria permitir! E para a Glória de Deus simplesmente nos esqueceram e ninguém me mandou sair!
Então finalmente estava na hora do bebê nascer, eu chamei o marido dela, tudo correu bem e o bebê nasceu lindo e perfeito! Eu agradeci muito à Deus, pois vimos o cuidado Dele em cada detalhe do parto da Ana, ela estava amparada por mim e pelo marido dela, mas fiquei com o coração apertado por aquelas meninas, que a cada contração elas buscavam uma mão para segurar e um gesto de carinho e o máximo que eu podia fazer era sorrir para elas e dizer que tudo iria dar certo!
Mas isso só me mostrou que eu preciso lutar cada vez mais e mais, nem que seja como um trabalho de formiguinha, mas que certamente o Deus que eu sirvo pode tornar isso uma grande obra!
Carla
Tudo aconteceu em um hospital público de Curitiba, que por acaso também sou voluntária, que também não é o HC...
Chegamos às 10 da manhã, e ela estava com 8cm de dilatação, fomos bem atendidas e logo ela foi internada no pré parto. Nesta sala havia mais 2 gestantes e na salinha ao lado também duas. Como só pode entrar um acompanhante, nós havíamos combinado que eu ficaria na fase mais complicada que é a fase de transição, e o marido dela entraria exatamente na hora do parto para ver o seu filho nascer.
Na cama ao lado da dela havia uma menina de mais ou menos 20 anos que estava muito fragilizada, até mesmo infantilizada naquela hora. Chorava e falava como uma criancinha de 4 anos (ela estava induzindo o parto com ocitocina pois ela vinha perdendo líquido amniótico desde sábado.) Pediram para o marido sair, pois precisavam fazer os procedimentos, e isso também eu considero horrível, a cada 10min temos que sair e ficar no corredor por não ter a mínima privacidade para as gestantes. Mas este pai saiu e não voltou mais, não sei se ele não quis, mas acho que foi porque não deixaram mesmo. Então eu fui chamar o marido da Ana para que ele pudesse vê-la e ficar mais tranquilo, mas me disseram: "se você sair, não pode mais entrar, e homem não pode ficar aqui agora, pois está muito tumultuado". Então, a lei do acompanhante que diz: "acompanhante de sua escolha" colada na porta do C.O. não tem mais valor.
E tinha também uma outra menina em outra sala que chegou muito assustada, gritando. Foi quando ouvimos a enfermeira falar:" fica quieta, não grita, não faça escândalo, você está assustando as outras gestantes. Se você foi mulher o suficiente para fazer esse filho, então agora vai ter que aguentar essa dor sem gritar, e se não parar vou tirar a sua acompanhante daqui. O hospital já está permitindo deixar sua irmã ficar do seu lado, e você não dá valor! "
A Ana ( a gestante que eu estava acompanhando) por sua vez, só gemia baixinho, tentando não chamar a atenção, mas a menina da qual o marido havia desaparecido, chorava muito a cada contração, eu fui tentar acalmá- la, fazer um carinho nela e a enfermeira me disse que eu deveria ficar apenas com a minha paciente e não ficar nem perto das outras. Que vontade de chorar, por que eu não podia segurar nas mãos delas por alguns segundos? No que isso iria prejudicar o andamento das coisas?
Mas resolvi obedecer, pois tudo o que eles queriam era um motivo para me tirar dali. E a menina continuou chorando baixinho, sem fazer escândalo algum, então chegou a mesma enfermeira "carinhosa" que já havia dito as "palavras de incentivo" para a outra paciente e falou: " pode parar com esse aiaiai, vc só está com dor de parto , aiaiai, é pra quem está morrendo! "
Quando a Ana estava na momento mais difícil , depois que romperam a bolsa, começou a troca de plantão e uma das enfermeiras falou que o médico mandou que todos os acompanhantes saíssem, a Ana me olhou assustada e eu disse para ela que ninguém iria me tirar daquela sala, que Deus não iria permitir! E para a Glória de Deus simplesmente nos esqueceram e ninguém me mandou sair!
Então finalmente estava na hora do bebê nascer, eu chamei o marido dela, tudo correu bem e o bebê nasceu lindo e perfeito! Eu agradeci muito à Deus, pois vimos o cuidado Dele em cada detalhe do parto da Ana, ela estava amparada por mim e pelo marido dela, mas fiquei com o coração apertado por aquelas meninas, que a cada contração elas buscavam uma mão para segurar e um gesto de carinho e o máximo que eu podia fazer era sorrir para elas e dizer que tudo iria dar certo!
Mas isso só me mostrou que eu preciso lutar cada vez mais e mais, nem que seja como um trabalho de formiguinha, mas que certamente o Deus que eu sirvo pode tornar isso uma grande obra!
Carla
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E no final, apesar de pagar direitinho o convênio, depois disso tudo ainda teve que pagar a conta do hospital (mais de 8.000) onde, além da placa de titânio que ele leva no ombro, estavam coisas como sutura, entre outros.
Parece mentira, mas não é não.