domingo, 21 de julho de 2013

A ansiedade dos últimos dias...

Como se já não bastasse a vida fast food que nós levamos, queremos que tudo seja rápido, não sabemos mais esperar, a ansiedade é o mal do século, agora também estamos vendo essa pressa nas últimas semanas das  gestações! 

Quando chega perto de 36 semanas, as minhas queridas doulandas começam enlouquecer, me vem com frases do tipo:


"Ah , tenho certeza de que de 38 semanas eu não passo!" 


"Doulaaaaa, já estou com 38 semanas, posso tomar chá de pimenta?" Né ? Não vou nem citar nomes para não constranger...kkkkk


" Porque tá demorando tanto?"


" Não vejo a hora dele nascer! Já estou tão cansada..."


E para piorar , os GOs tb colocam pressão muitas vezes dizendo que vai nascer até 38 semanas... Certa vez,  uma amiga fez uma cesárea eletiva, pois a médica disse que daquela data (38 semanas) não passaria, e a sogra veio para ajudar de outra cidade, e quando ela disse que queria esperar o parto normal, a mulher surtou e a "obrigou" marcar a cesárea!


Então, eu respiro e com todo amor que  sinto por elas, tento lembra-lás de que somos humanizadas, que eles podem nascer até 42, 43  semanas, que nós esperamos a hora certa do nascimento e que Deus é perfeito e vai mostrar, e que nós não fazemos parto normal  eletivo e nossos bebês nascem à termo, à não ser que haja algum problema!


Isso me preocupa bastante, pois essa ansiedade não faz bem para o bebê e muito menos para elas que deixam de aproveitar e usufruir dos últimos momentos desse estado de graça, desse milagre lindo que é estar grávida, de todos os cuidados  e paparicos que elas recebem de toda a família e amigos.



Para terminar,  deixo esse versículo não somente para as gestantes , mas para todos nós meditarmos e aprendermos que Deus não trabalha em nossa ansiedade, mas sim, quando descansamos em Sua Vontade que é Boa, Perfeita e Agradável!



“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” Filipenses 4:6,7.





Recado para todas as gestantes:
Nunca mais essa gestação voltará, poder vir outra e mais outra, mas o bebê que está sendo gerado nesse momento, nunca mais voltará para o seu ventre! 

Um dia, ele (a) irá crescer, casar, sair de casa, quem sabe morar longe, em outro país, e tudo o que vc vai desejar ardentemente é que ele ficasse mais um pouquinho dentro de vc...


Aproveitem ! Cada hora, minuto e segundo deste presente de Deus que é gerar uma vida! 


Carla Bichara

quarta-feira, 17 de julho de 2013


Sonhos de Deus pra minha vida
Por Leticia Cristina Corrêa

Nunca tive o sonho de ser mãe, mas sempre soube que quando acontecesse seria parto normal. Minha primeira gestação aconteceu pra fazer o sonho de ser mãe nascer, foi uma gravidez inesperada difícil de ser aceita e quando minha ficha caiu meu bebê foi pro céu, foi assim e com isso que Deus usou pra me fazer sonhar com a maternidade. 

Depois de alguns meses ali estava no meu ventre a semente do nosso sonho Caio, sonhado desejado e esperado, foram 38 semanas e enfim chegou o dia mas ao entrar em TP sem conhecer nada como a maioria das mães de primeira viagem, fiquei 12h com dores pra ter apenas 3 cm de dilatação e por falta de entendimento fiz minha primeira cesariana. Meu precioso nasceu lindo e forte dias ensolarados e felizes com ótima recuperação pós cirurgia.

Após dois anos estava eu lá aguardando o momento da chegada de mais um príncipe, sim uma gestação difícil espiritualmente, fisicamente e financeiramente. Deus nos enviou o Luan pra transformar nossas vidas. 38 semanas o medo de "sofrer a toa" me toma e marco a cesariana para o nascimento do precioso Luan.
Eu chegando no hospital, sem sintoma nenhum, meu neném seria tirado de seu habitar sem nenhum aviso! 
Lembro daquela sala cirúrgica gelada, fria em todos os sentidos. Sozinha pensando porque estou fazendo isso?!
E de repente estava alí um choro desesperador de ambas as partes meu e do meu Luan assustado. Esse foi o sentimento que eu tive!!! Ele foi e é tão amado e precioso quanto o Caio, mas a culpa de ñ ter deixado ele esperar o tempo dele. O sentimento de ter arrancado meu bebê de dentro de mim sem me importar com o sentimento e desejo dele o meu desrespeito por aquele presente de Deus me marcou muito mais do q a segunda cicatriz da cesaria, que pra variar, ñ me deixou sequelas nenhuma com uma semana já estava eu lavando as calçadas da vida! 

E daí se foi mais dois anos, e Deus me chamou a ser novamente mamãe, eu mais que depressa aceitei com um belo sorriso no rosto, um medo terrível por ñ ter plano de saúde virou prioridade e ao mesmo a alegria de pensar: No SUS lógico que vão me fazer um parto normal!
Mas, no meio do caminho havia uma doula.
Havia uma doula no meio do caminho.
Um projeto abençoado da Igreja Bola de Neve de Curitiba pra acompanhar gestantes era isso que eu sabia e que me importava!!!

Primeira reunião a pessoa aqui pouco empolgada. Me perguntam sobre minha vida de mãe e minha opinião sobre parto normal... Citadas... Acho que as doulas NUNCA vão me esquecer!!! Falei quase duas horas seguidas. Sim, eu quero, eu vou ter um parto normal!!!
Aos poucos fui pesquisando e entendendo sobre partos, minha doula Carla começou a ver que eu era um pouco intensa, passei a gestação toda, sem exagero, todos os dias lendo e relendo, virando e revirando artigos sobre partos normais por cesariana. Descobrimos que havia riscos e descobrimos que mesmo no SUS os riscos falavam mais alto e ñ dariam chance para meu parto normal. Mas eu e a Carla estudamos o temido risco de Ruptura uterina, esse nome me tirou o sono algumas vezes. 

Oramos, colocamos diante de Deus e chegamos a conclusão de que riscos existem de qualquer forma só de acordar todos os dias. 
Depois, de muita oração e comum acordo entre eu meu marido e minha doula Carla fechamos nosso plano de parto: ficar em casa durante o TP até aonde eu aguentasse para tentar chegar no hospital com 9 de dilatação, assim, ñ me negariam um PN.
As 37 semanas a ansiedade pegou, e pegou forte, minha oração era: Deus e ñ for pra ser me de sinais físicos!!! 

Exatamente as 38 semanas num sábado lindo acordo com colicas era o noivado da minha amiga Faby e eu iria ajudar a decorar resolvi levantar e tomar banho, senti uma tontura horrível, pensei ser queda de pressão voltei deitar mas a tontura ñ passou. Só piorou, vômitos começaram fui para o hospital com um medo terrível de chegar lá e ser submetida a uma cesaria, mas Deus é fiel. Fiquei internada para tratar de labirintite a essa altura do campeonato. Fui pra casa da minha mãe afinal estava mas tonta que nunca. Comecei a ficar irritada, mal humorada, afinal, porque Deus estava permitindo aquilo? O que ele queria? Se o Natan nascer como cuidar dele com essa tontura??? Marcaram minha cesaria para sexta dia 12 e agora???

Sexta pela manhã acordo ainda com muita tontura, tínhamos uma decisão a tomar ir para o hospital fazer uma cesaria eletiva ou esperar, nossa decisão foi esperar!!! Depois de uma conversa de desabafo e cajadada com minha doula Carla decidi me destrair. Fomos passear, foi nosso último passeio em 4. No final da tarde estava tão tonta quanto no começo da crise meu marido lindo ficou com os meninos e eu fui dormir. Das 17 as 20h com colicas leves. Acordei, comi,  ainda tonta!!! 

As 22h alguma coisa acontece, percebi que algo estava acontecendo, ainda tonta!
As 24h ligo pra minha doula, contrações fracas mas regulares de 10 em 10 min... Achei que ia demorar pra acontecer algo mas é lógico que eu ñ deixaria minha doula dormir rsrs. Marido foi buscar ela, muita conversa, muita história contada e as contrações indo e voltando muito rápido. As 4h da manhã fui pro banho, risos acalmavam as dores acreditem se quiser. As dores pioraram, cada contração meu corpo mandava me abaixar eu obedecia, tentei fazer alto toque mas ñ conseguia me concentrar. Ao sair do banho as contracoes eram tão rápidas que era o tempo de eu me abaixar durante a dor na hora que eu levantava já vinha outra!!! 

Gente, comecei a me esgotar. Ñ tinha tempo pra respirar, a Carlinha era meu apoio, físico, mental e espiritual!!! Ainda bem que ela é forte se ñ tinha caído, várias vezes joguei meu corpo sem pensar simplesmente obedecendo ele.

As 6h ela pede que chame meu marido pra começar a nos arrumar, afinal, tinha que levar os pequenos na minha sogra. O dia amanheceu, tentei tirar uma foto pra postar que estava indo ao hospital, mas gente, ñ tinha intervalo nas minhas dores!!!! Como assim???? Cade o tempo pra respirar??? Estava muito cansada!!! 
Meu marido chega, a doula achando q eu já estava com uns 9 cm. Entrei no carro e me concentrei muito, ñ queria que o Jarbas me visse "sofrendo" de dor, mas é que eu tenho q manter a minha fama de mal!!! Rsrsrs 

Chegamos no hospital, era a hora do vamu vê!!!!
Meu pânico de SUS e de ficar sem a Carla.
Quanto a cesaria falei pra Carla, Deus que manda, se acabar em cesaria era cuidado Dele comigo! 

Entramos na sala do médico ele me examina e pergunta: faz tempo que vc tá com dor né???
Fiz de conta que tava na partolandia e ñ respondi. Ele fez o toque era a hora: 6cm :( tocou aquela música fonfonfon...
Ouço: leva ela pro centro obstetrícia faz a guia pra cesaria! 
Decepção? Ñ!!! Sentimento de que foi tudo em vão? N!!! Bem sei o pensamento que tenho sobre vós, pensamento de paz!!!! 

O sonho de Deus pra mim é que eu seja mãe! Já recebi diversas vezes esse chamado. Deus disse que me faria mãe de milhares e eu recebi. Gerar física e espiritualmente ñ é pra qualquer um e dar a luz é parte de um processo. Se Ele ñ sonhou com o parto normal pra mim amém, quero viver Seus sonhos e seus planos. 

Chegando no C.O. o médico ñ permite que a Carla entre comigo, ela ficou revoltada e na hora que senti as mãos da Carla soltando as minhas fui tomada de uma paz que excede todo entendimento. O médico veio me falar besteiras por causa da revolta da minha doula e eu com dor olhei peão ele e falei: Doutor?????? 
A enfermeira vendo a cena me falou exortou o médico ñ é hr disso é hr do seu bebê chegar!!! 
As mãos de Deus 
Minhas dores diminuíram de intensidade, mas estavam lá, as enfermeiras com um cuidado sobrenatural, cada coisa que elas pediam pra eu fazer respeitaram meu tempo, respeitaram minha dor! 

Entra o anestesista, Deus é perfeito ele me perguntou que anestesia eu já tinha tomado expliquei que em cada parto tinha tomado uma, ele perguntou meus sintomas e deixou eu escolher qual queria. Vc acreditam?????
Tentou aplicar a 1° vez veio uma contração ele ñ conseguiu, pensei vai me xingar, ñ ele respeitou minha dor me ajudou e conseguimos no intervalo certinho das dorestes aplicar a anestesia. NUNCA TINHA SIDO TÃO BEM CUIDADA o cara me explicou cada detalhe do que acontecia o tempo todo me deixando confortável.

Enquanto isso ouvi os médicos falando sobre minhas cesaria: nossa tá difícil de cortar tá tdma muito grudado!!! Ou seja meninas ruptura uterina é muito difícil de acontecer!!!!
Enfim ouço meu bebê chorar a pediatra trás ele se apresenta me explica tdma q vai fazer, o anestesista solta minhas dores mãos pego o Natan dou um cheiro e então levam ele para os procedimentos.

De repente a residente pede pra terminar o procedimento sozinha, percebo que o médico ñ estava me tratando tão bem, quando ele sai da sala ela vem me perguntar como estou me sentindo ela me fala se eu aguentasse mais um pouquinho que ela ñ gostou de como estava sendo feito meus pontos e queria refaze-los.

Muito cuidado, muita atenção, Natan volta pego ele de novo mais um cheiro!!!
Na sala de observação, realmente fui observada, o tempo todo a enfermeira conversando e cuidando me dando instruções pra passar logo a anestesia. Traz o Natan me ajuda a amamentar pela primeira vez e me leva pro quarto. Durante toda minha estadia no hospital fui muito bem atendida. Muito melhor do que nos outros hospitais, até que no Santa cruz.

Entendi que os sonhos de Deus são os que interessam, que mesmo tendo uma cesaria respeitei o tempo do meu pequeno deixei ele saber que algo ia nascer, Deus não divide a glória Dele com ninguém, ñ permitiu que minha doula entrasse pra mostrar que o cuidado Dele é o que faz a diferença e toda aquela tontura foi embora sozinha, ñ precisei nem ser medicada por que foi o tempo e o desejo de Deus pra minha vida e eu vivi tudo por completo!!!



terça-feira, 9 de julho de 2013

Para não deixar dúvidas...


A dor no parto normal

Quando pensamos na dor, tendemos a achar que algo de ruim está acontecendo. A dor nos avisa, é o sinal do corpo para que algo seja feito. Os nascimentos, assim como as grandes transformações psíquicas humanas, estão ligados a “dores”. Assim, as atribulações e dores do nosso tempo são expressas nos momentos que antecedem o nascimento.
Todo parto remete ao próprio nascimento. Ao dar à luz, a mãe “revive” o trauma de sua própria chegada ao mundo. Esta dor traduz “dores” que trazemos ocultas dentro de nós e, a cada contração, revela sofrimentos embutidos da própria pessoa e que podem ser transformadas. (Thérèse Bertherat, Quando o Corpo Consente).
A cada contração, o colo do útero se dilata mais um pouco e há a distensão de diversas estruturas no canal de parto. A contração em si não é dolorosa, são os encurtamentos musculares que podem ser dolorosos. A dor inicialmente pode ser como uma espécie de cólica, ou uma pressão sobre o abdômen e nos quadris ou sobre a parte inferior das costas e na raiz das coxas ou ainda uma combinação destas várias dores. As dores podem ir se intensificando com o avanço do trabalho de parto. Durante o trabalho de parto, produzimos a endorfina, hormônio sedativo da dor.
A dor varia enormemente entre as mulheres: para algumas, é insuportável e outras juram não sentir nada. A expectativa da mulher, o medo de perder o controle sobre seu próprio corpo e acreditar que a dor será insuportável, e precisará de anestesia, podem contribuir para o aumento de dor. As contrações são dolorosas e desafiadoras. É quase sempre o medo e a angústia que provocam a dor e assim forma-se o ciclo tensão-medo-dor.
Para administrar a dor, é necessário manter um ambiente calmo, quieto, com pouca luz, diminuindo a função do neocórtex, responsável pelos pensamentos e raciocínio lógico, e deixar as estruturas cerebrais primitivas entrarem em ação para liberar os hormônios necessários (Michel Odent). A mulher deve sentir-se segura e acompanhada somente por quem ela desejar. Mudar de posição ajuda a descobrir aquela que mais alivia a dor, além de ajudar no trabalho de parto. A respiração ajuda a concentrar e não pensar na dor.
A dor ajuda a sentir o que está acontecendo, a contração é sinal de progresso de que o fim do processo está mais próximo. Preparar-se emocionalmente e mentalmente ajuda a diminuir a dor: “Ah essa contração foi muito boa!  Ajudou o bebê a avançar”.
(texto escrito por Sandra Sisla – Fisioterapeuta e Educadora Perinatal)

A intensidade da dor é relativa e depende de mulher p mulher. não tem como se "medir" a dor de parto e nem dor alguma. tem pessoas que suportam melhor ... Eu já atendi meninas que na fase latente choravam de dor e outras que estavam na fase de transição com dor , mas aguentando firmes, e tb já vi gestantes chegando no hospital no período expulsivo sem dor alguma, sem saber que estava em TP avançado! 

O que eu tenho percebido nos meus atendimentos, é que quanto mais preparada a gestante está fisica e psicológicamente, ela consegue lidar melhor com a dor e o processo. Infelizmente, algumas vezes as gestantes chegam na maternidade que eu sou voluntária, apavoradas e recebendo o parto normal como um castigo  dos médicos ou dizendo " se eu tivesse dinheiro teria pago uma cesárea!"  Aí é realmente complicado, elas sofrem muito e na maioria das vezes, quando elas realmente não ouvem quando dizemos que o parto  é o melhor p elas e p seus bebês, e que elas são abençoadas por terem esse privilégio, o TP para no meio do caminho e acaba em intervenções e muitas vezes em cesáreas... Por isso , sempre digo que o conhecimento é tudo !
E ainda temos os métodos não-farmacológicos para aliviar as dores como massagens, banhos quentes (chuveiro ou banheira), bola de fisioterapia, algumas posições (ficar deitada de barriga p cima, é a pior de todas) , respiração como já foi citado, e todo o carinho , amor e respeito que a gestante merece neste momento tão especial de sua vida...
Lembrar de respirar sempre calma e profundamente!
Posições que trazem conforto...


O banho ajuda relaxar a musculatura

O melhor analgésico de todos!

O cavalinho com a massagem também ajuda muito...

Dispensa explicações...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Parto Normal... Uma das loucuras de Deus!

Como doula, eu estou sempre participando de conversas sobre partos , cesáreas, intervenções, etc... e há alguns dias quando eu fiz aquele post sobre sexo depois do parto normal , eu recebi muitos depoimentos na minha pesquisa científica...rsrsr...e cerca de noventa por cento deles foram positivos, super à favor do parto normal e disseram que a vida sexual continuou a mesma ou até melhorou! Mas, também recebi alguns depoimentos negativos em que as mulheres sentiram dor e dificuldades como falta de lubrificação, episio que  não cicatrizou e outros fatores que não envolvem o parto normal em si  , mas a maternidade e todas as mudanças que ela trás, inclusive hormonais!

E, em meio à este assunto tão polêmico, algumas meninas me disseram que devíamos ser sinceras com as gestantes em relação ao parto normal e suas possíveis consequências, principalmente em relação à dor na hora do TP, e que nós,  militantes, tínhamos a tendência de"florear" as coisas, e que elas haviam passado por momentos complicados sim, mas que nunca abririam mão do parto normal, e  que as gestantes precisavam saber a realidade para não se sentirem enganadas...

Então, me veio uma preocupação genuína em relação as minhas doulandas e todas as gestantes que eu aconselho,  ensino e prego sobre os benefícios e maravilhas do parto normal: Será que eu sou tão apaixonada por esse assunto , que sem querer eu acabo iludindo essas mulheres? Não posso negar que depois de um encontro comigo, na maioria das vezes, quase sempre, sem falsa modéstia...rsrsrs... elas saem sorridentes, com os olhos brilhando, com o pensamento modificado, excluindo as cesáreas eletivas de suas vidas!  

  Fiz uma auto-análise, e tentei ser o mais crítica comigo mesma, com relação à este assunto, e cheguei à uma conclusão: Eu sempre sou sincera com elas, nunca falei que é fácil , nunca falei que a dor é "cultural ou psicológica", como já ouvi algumas pessoas dizerem,  nunca falei que  jamais haverá uma complicação durante um parto normal ou pós parto , e também nunca falei  e que a partolândia é o país das maravilhas!  

O que eu sempre falo para elas, é que a dor existe e é real , que dói e muito, que não é fácil e que inclusive quando elas estiverem na fase de transição que é fase mais difícil do TP, elas vão querer desistir, vão achar que não conseguem, vão pedir cesárea, analgesia , que podem ocorrer calafrios, ondas de calor, vômito...

Mas, que no final , quando a dor acabar como um milagre e elas receberem seus bebês nos braços, naquele misto de sensações, de explosões de hormônios e sentimentos, e  a certeza de que Deus preparou o corpo delas para aquele momento único,  inexplicável, perfeito e  maravilhoso, elas vão saber que valeu à pena, que a dor é grande , mas não é insuportável, que elas podem dizer para as pessoas que as chamaram de doidas por querer um parto normal que elas passaram e venceram! 

E quando me perguntam se não há riscos no parto normal, eu respondo que riscos existem, assim como na cesárea que é uma cirurgia de médio porte e não uma extração de dente, como os cesaristas querem que elas acreditem...

E, de todas as doulandas que eu atendi, mesmo nos partos mais difíceis, mesmo com episiotomias e pós partos complicados, eu nunca ouvi de nenhuma delas uma palavra de arrependimento, muito pelo contrário, elas afirmam que passariam por tudo novamente, e a minha irmã uma vez me disse que sentia saudade dos momentos do parto...vai entender! 

Parto normal , totalmente inexplicável, só vivendo p saber!


Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;
1 Coríntios 1:27


terça-feira, 2 de julho de 2013

Vida sexual após o parto normal !

Ontem estávamos em uma tira dúvidas de gestantes, e eis que surge a seguinte pergunta: "É verdade que parto normal deixa a mulher mais larga?"

 Também já ouvi, "não quero estragar o parque de diversões do meu marido", ou "meu marido não quer parto normal porque eu vou ficar laceada!" E por aí vai...

 Então resolvi pesquisar,para responder com propriedade:  li e reli , vários textos, fóruns, ri com alguns  absurdos de pessoas que não fazem a mínima idéia do assunto, e tb alguns garanhões ...rsrs... dizendo que já tiveram relações com "várias mulheres", com filhos e sem filhos e não sentiram diferença alguma!

O texto abaixo foi um dos melhores, esclarecedor e realista:

"Eis um grande mito. O canal por onde passa o bebê é como um diafragma , a vagina e o períneo (musculatura que envolve a entrada da vagina e ânus) são grandes e fortes músculos e sendo assim, tem a capacidade de relaxar e contrair, voltando ao tamanho normal ou muito próximo ao normal depois do parto.  A vivência do parto e a percepção de que é possivel utilizar esta musculatura pode melhorar e muito a vivência sexual da mulher e de seu parceiro. A melhor forma de prevenção da frouxidão da vagina ou da bexiga é através de exercícios que podem ser feitos com o períneo.  Evitar o parto normal ou submeter-se a episiotomia - corte cirúrgico feito na vulva e vagina para acelerar o parto – para evitar de ficar “ alargada” é um grande mito cultural hoje impregnado em nossa sociedade e que vem sendo lentamente revisto pela literatura científica." 

Mas ainda não satisfeita, resolvi fazer  uma enquete científica...rsrs... com as minhas ex -doulandas e algumas meninas de grupos de parto humanizado que eu participo, para realmente não deixar dúvidas...  não vou revelar a identidade por motivos óbvios....rsrsrs... segue os depoimentos:

"Da primeira filha (cesárea) demorou um bom tempo para voltar ao normal, agora da segunda filha ( PN)  não mudou nada, só melhorou...rsrs" P.

"Bom, fiquei com receio da "1ª vez", mas até que foi tranquila, e o medo vai passando com o tempo, e fiquei mais relaxada. Não fica "mais larga", mesmo que tenha levado pontos e/ou que os pontos tenham arrebentado. A tendência é que diminua a lubrificação natural, mas isso geralmente volta ao normal com o tempo (Por isso as preliminares são ainda mais importantes). A sensibilidade aumenta e isso, no começo se traduz em uma leve dor, mas com o tempo, fica bem bom. Espero ter ajudado!" R.

"Vc sabe q tive episio mais p mim melhorou e muito, tipo 100% melhor..rs" F.
"No começo doeu um pouco, mas a médica havia me orientado que essa dor seria a mesma se eu tivesse tido cesárea. Meu marido diz que tá mais gostoso, que parece bem mais apertadinho!" R.

"No começo foi melhor de antes do parto,  hoje um ano depois eu sofro com a episio..."  E. 
Na 1ª vez depois dos 40 dias doeu muuuuito, mas depois foi tudo igual.. parece até que melhor rsrsrsrs... J.


Pronto , minhas queridas gestantes, agora vcs já podem tirar suas conclusões! E não esqueçam de mostrar p os maridos !!!!!!!!!!!!

Quando a cesárea é realmente necessária

Quando estamos falando sobre parto normal,  uma das perguntas mais frequentes é: Quando é realmente necessário marcar um cesárea? 



Quando é necessário 
• Quando a placenta cobre o colo do útero, impedindo a saída do bebê – a chamada placenta prévia. A cirurgia é agendada antes de o trabalho de parto ter início, para não haver risco de sangramento. O diagnóstico só acontece a partir da 30ª semana. 
• Quando há descolamento prematuro da placenta. 
• Quando a mãe tem aids. Se a carga viral for alta ou desconhecida, a cesárea deve ser agendada. Se a carga viral for indetectável, pode ser parto normal. 
• Se a mãe tem herpes genital, com uma lesão ativa até 1 mês antes do parto. Quem tem a doença pode prevenir as lesões tomando medicamentos. 
• Em alguns casos raros de doenças cardíacas. 
• Se o bebê está atravessado. Antes, o médico pode tentar ajudá-lo a ficar na posição correta. 
• Quando o cordão penetra no canal de parto antes da cabeça do bebê. Também só será possível perceber isso depois de o trabalho de parto ter começado. 
• Quando o bebê apresenta uma redução drástica no fluxo de oxigênio ou nos batimentos cardíacos. Isso acontece apenas em torno de 1% dos casos. 
• Se a abertura do colo da mãe é pequena para o bebê, algo que ocorre em menos de 5% dos partos.
Casos que devem ser estudados com o médico
• Se o bebê estiver sentado e a mulher já tiver tido parto normal antes. 
• Quando foram feitas duas ou mais cesáreas anteriores. 
• Se a mulher tem defeitos na bacia, algo que provavelmente ela já descobriu antes de engravidar, por meio de um simples exame de toque. 
• Se a criança está frágil demais, ou seja, se há retardo do crescimento. 
• Se o parto pára de progredir. Nesse caso, há recursos para estimular a continuidade, como o hormônio ocitocina. 
• Se há alteração na circulação do sangue entre mãe e bebê, medida pelo exame de dopplerfluxometria. 
• Pressão alta na gravidez (acima de 13 x 9). Em muitos casos, o ideal é acelerar o parto com o uso de ocitocina. 
• Quando a mãe tem pré-eclâmpsia, doença típica da gravidez que eleva a pressão arterial, o parto também deve acontecer rápido. Mas é possível prevenir a doença com um bom pré-natal, dieta balanceada e aspirina para quem tem risco. 
Quando a cesárea não é necessária 
• Cordão enrolado no pescoço do bebê (não importa quantas voltas), desde que o bebê esteja bem. 
• Falta de dilatação. Pode ocorrer por um distúrbio raro no colo do útero (menos de 1% das mulheres o têm), mas, na maioria das vezes, se não dilatou é porque não chegou a hora mesmo. 
• Se passou da semana número 40 da gravidez. É normal esperar até 42 semanas, monitorando o bebê. 
• Se a mulher tem mais de 35 anos. 
• Se a mulher teve uma cesárea anterior. 
• Se o trabalho de parto está demorado. A mulher pode passar vários dias sentindo algumas contrações, sem ter entrado em trabalho de parto. Os médicos só consideram trabalho de parto quando há mais de 3 cm de dilatação e contrações regulares. Aí, então, o processo pode levar entre 8 e 18 horas. 
• Bacia estreita (esses casos são raríssimos e, em geral, a mulher já descobriu a alteração antes). 
• Bebê grande demais (um bebê precisa ter mais de 4,5 quilos para ser considerado grande. É bem raro). 
• Se a mulher tem verrugas genitais, mioma ou HPV (a não ser que obstruam a passagem do bebê).