quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Um dia para recordar

Meu dia não começou dos melhores, quando estava chegando no hospital p o voluntariado recebi um telefonema da minha mãe dizendo que o meu irmão estava no hospital com suspeita de infarto, fiquei arrasada, não sabia se voltava p casa ou se ficava no hospital pois estava sem o carro e não conseguiria ir até onde eles estavam, entrei chorando no hospital e quando estava indo p o C.O minha mãe me ligou novamente dizendo que estava descartado qualquer problema do coração e que era um problema do estômago que tem os mesmos sintomas. Ufa, que alívio!

Então pude começar o meu plantão bem mais tranquila, durante o dia acompanhei dois partos, um que foi bem rápido, na verdade fiquei uns 30 min. apenas com ela, e o outro foi bem mais complicado, a parturiente estava bem debilitada e o batimento fetal estava super instável, ela perdeu os sentidos, então não consegui fazer muito por ela , pois ela estava sendo monitorada o tempo com cardiotoco e vários profissionais ao redor, mas pude ajudar em oração, quando a mãe dela saiu chorando do pré parto super nervosa pois ainda faltavam 3 cm de dilatação e a filha não aguentava mais eu fui atrás dela e oramos juntas, pedindo à Deus que encaminhasse o parto da melhor maneira possível, e não é que Deus ouviu a nossa oração e o parto evoluiu para 10 cm em meia hora? Deu tudo certo mãe e bebê passam muito bem!

E foi no meio dessa confusão que a Kelly chegou, primeira gestação, 20 anos, bolsa rota desde a madrugada e nem um sinal de trabalho de parto , isso era por volta de umas 15hs...então às 17hs ela foi p a ocitocina(hormônio sintético) para desencadear o parto, pois segundo os médicos ela já estava há muito tempo com a bolsa rota (quando rompe a bolsa antes do trabalho de parto ou durante) ,eu já havia explicado que eu podia ajudá-la e o que eu fazia e pedi para que ela caminhasse para que não precisasse usar esta intervenção, depois que colocaram ela na ocitocina, começamos fazer exercícios com a bola e ela me disse que estava nervosa pq o parto dela não iria  acontecer no meu plantão, aí vcs já sabem né? Meu coração de doula derrete todinho...rsrsrs...falei p ela que eu ficaria com ela até às 22:30 , pois é o horário que meu marido sai do SENAI onde ele é professor e poderia ir me buscar. 

Então o trabalho de parto começou desencadear, ela ia p o banho, p a bola , massagem, aceitava todas as minhas sugestões, e como ela estava com o marido que era super carinhoso, eu deixei ela no banho e fui ajudar uma outra gestante que estava super nervosa e sozinha, o nome dela era Marli, e chegou em trabalho de parto com 3 de dilatação dizendo que ela precisava de uma cesária porque ela não dilatava...hahaha...logo pra quem ela foi falar uma coisa daquela!

Disse p ela que toda mulher dilata, e as que não dilatam é porque os médicos não quiseram esperar que elas dilatassem, mas enfim, o trabalho de parto dela evoluiu super rápido e da forma mais natural possível, em duas horas ela estava com dilatação total , pra quem tinha "problema de dilatação"...huahauahau...) e a Kelly ficou com o marido dela na outra maca enquanto eu cuidava da Marli que estava bem insegura e pedia que eu não saísse do seu lado. Só chamei as enfermeiras quando o bebê já estava coroando para que não desse tempo dos médicos levarem ela para aquela mesa posição de "frango assado" do centro cirúrgico, só deu tempo da enfermeira amparar o bebê que nasceu super bem! Ela me agradeceu e foi para a ala de recuperação. Me senti super realizada, pois havia ficado para ajudar a Kelly, e acabei fazendo a diferença no parto da Marli!

Voltando à Kelly, por volta das 21hs o médico fez o toque e disse que ela estava com 6 p 7 de dilatação, e ela já estava bem cansada e com bastante dor, voltamos p o chuveiro  , pois a água morna ajuda relaxar a musculatura e amolecer o colo do útero, ela ficou por um bom tempo embaixo d'água, e ela falando com os olhos cheio de lágrimas "daqui à pouco vc vai embora..." eu disse que ela não estava sozinha , que o marido estava com ela e que ela era muito capaz de passar o parto sem mim , pois ela estava maravilhosa, fazia a respiração certinha, administrava as contrações e o eu trabalho de parto estava melhor que o esperado, mas ela estava inconsolável...rsrsrs...então comecei orar e pedir à Deus que o Cauê nascesse antes que eu fosse embora, fiquei o tempo todo em oração pedindo para que tudo corresse da melhor forma possível...

Então, às 22:15 ela me disse assim: "Doula, se eu te pedir um favor vc faz?" 

eu respondi :"se estiver dentro das minhas possibilidades eu faço!" 

E ela: "fica comigo? Não me deixa sozinha por favor!" 

Por favor , não faz isso comigo...rsrsrs... eu não teria como ir embora mais tarde...

De repente, ela começa fazer força e eu pedi para ela abrir a perna p ver se estava perto, para a minha surpresa, a cabecinha do  bebê já estava aparecendo! Avisei a enfermeira e disse que não precisava ter pressa p chamar o médico...rsrsr...só estava eu , ela e o marido  na sala e ela estava empurrando seu bebê para fora, e quando já estava  coroando chamei novamente a enfermeira e ninguém chegava! Já estava colocando a luva para receber o Cauê quando a equipe chegou...teria sido uma experiência e tanto!

O Cauê nasceu às 22hs27 super lindo e saudável! O Igor (marido) veio chorando me abraçar e me agradecer e ela segurou na minha mão chorando de felicidade e me disse que eu era um anjo que Deus havia enviado para ajudá-la na frente do médico e das enfermeiras, eu respondi que havia sido um prazer indescritível estar com ela naquele momento e o doutor disse que quem faz algo com tanto amor como eu, isso nunca será um peso, e que tudo vai bem!

Não preciso nem dizer que quando o meu marido chegou, eu estava flutuando de felicidade e cheia de ocitocina na veia...hauahauahuahau

Eu sei que vcs já sabem, mas não me canso de dizer amo , amo e amo ser doula!

Obrigada Me Deus por mais este dia inesquecível, mais uma vez o Senhor superou minhas expectativas! 












quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Relato de um parto muito difícil, mas compensador!

A postagem de hoje fala do relato de parto do meu dia de voluntariado, de uma menina linda, de apenas 17 anos, mas muito guerreira e corajosa! Um parto longo, dolorido e cansativo, pois o bebê estava alto ainda e mesmo chegando na dilatação total demorou algumas horas para o nascimento, tivemos que fazer várias posições e exercícios com a bola para ajudar, em todo tempo ela seguia minhas orientações e não reclamava! Quando ela começou chorar dizendo que não aguentava mais, a obstetra foi chamada e verificou que o bebê estava coroando!

Parabéns Mi! O João Pedro é lindo e tem muita sorte de ter você como mãe!



Por Milene Bonfim

Era um domingo a noite as 21:30 comecei a sentir umas dores mas estava bem leve, estava aguentando bem tranquila, falei pra minha mãe e pra irmã nisso elas já ficaram assustadas e ligaram para minha sogra para perguntar se eu devia ir ao hospital ou não, ligaram e ela disse que sim por que era perigoso e por que eu já estava de 40 semanas e blá, blá, blá. 

Eu não queria ir de jeito nenhum por que eu estava aguentando a dor e estava suportável por enquanto, mas ficaram me assustando e eu resolvi ir, mas eu disse pra elas que eu só iria perder tempo que eles iriam me mandar embora, feito e dito! Cheguei lá no hospital com 2 de dilatação, me deram soro para parar de dilatar, um absurdo, mas ok! 


Fui pra casa quando era umas 04:00 hrs da manhã começou a dor insuportável que eu não estava aguentando, voltei pro hospital estava com 5 de dilatação aí já fiquei internada e estava demorando muito pra dilatar e as contrações estavam de 1 em 1 minuto, parecia que eu ia morrer, nunca senti uma dor tão horrível na minha vida! 


Fizeram eu caminhar pra dilatar, caminhei o hospital inteiro, fiquei debaixo do chuveiro mais de uma hora, fiz várias coisas e só piorava a dor. Quando era segunda de manhã às 09:00 hrs me examinaram de novo e eu estava com 7 de dilatação, nisso entre 10:00 e 11:00 hrs chega uma doula (nunca tinha ouvido falar nisso na minha vida, kk.) Carla era o nome dela, um amor de pessoa, me ajudou muuuuito, me ajudou fazendo massagem, confesso que as massagens dela aliviava a dor um pouco, fazia exercícios na bola com ela me ajudando, voltamos para o chuveiro e parece que ficar em baixo do chuveiro a dor piorava! 


E passava as horas e nada e nada, estava aguentando a dor bem tranquila, mas era insuportável mas sei que não adiantava eu ficar gritando e fazendo escândalo não iria diminuir a dor mesmo. Quando chegou às 18:00 hrs aí chamaram a doutora e ela me examinou e já estava coroando e me levaram correndo pra sala de parto e tive a honra de ter a doula Carla comigo na hora do parto! 


Fiz muita força, aí pensei comigo mesmo o quanto sou forte muito mais do que imaginava depois de passar por uma dor de parto e não fazer escândalo como muitas fazem, agüentei quieta mas é uma dor horrível, só Deus sabe, mas se ele deixou pra ser assim então tem que ser assim, graças a Deus ocorreu tudo bem, ele nasceu e já colocaram ele em cima de mim e eu me emocionei fiquei impressionada de como ele era perfeito não dava pra acreditar que aquele bebê tão lindo era meu!!


Ele nasceu às 19:15 com 3,265 kg e 49 cm. Tenho muito que agradecer a Carla por tudo, muito obrigada por estar nesse momento especial comigo, você me ajudou muito! Enfim foi isso, tentei colocar cada detalhe e ta aí! Hoje sou a pessoa mais feliz por ter um anjo de Deus comigo!







sábado, 16 de agosto de 2014

Coração Voluntário

 Hoje eu resolvi escrever mais sobre as minhas experiências de voluntariado hospitalar no SUS. Como alguns já sabem eu fui doula voluntária por quase três anos, toda quinta feira no HC em Ctba, que, até pouco tempo atrás foi o único hospital que me aceitou e recebeu dentro do C.O. (centro obstétrico) e só posso agradecer por esse tempo, pois aprendi muito, vivi experiências maravilhosas, criei laços de amizade com gestantes que acompanhei, médicos e enfermeiras.

 Mas como tudo na vida tem um tempo determinado por Deus, chegou a minha hora de me despedir desse lugar que tanto amei e tão bem me acolheu e ir para uma outa maternidade pública (HT), onde dessa vez não fui apenas aceita, mas sim convidada para atuar como doula voluntária e posso assim dizer que fui recebida com bastante entusiasmo pela equipe, quase com um "tapete vermelho"...rsrsrs...tudo isso, depois que o Ministério da Saúde estabeleceu uma verba extra para as maternidades que tivessem esse tipo de atendimento humanizado, e isso nos mostra, que a nossa luta pela humanização tem valido muito à pena!

À princípio, eu pensei que conseguiria atuar nos dois lugares fazendo um dia por semana em cada um, mas meu tempo foi ficando escasso e eu tive que optar por apenas um dia, então resolvi sair do HC. Vocês devem estar se perguntando porque não optei pelo lugar que já estava acostumada e amava tanto, e eu tenho duas respostas para dar, a primeira é de que o Senhor simplesmente, como um passe de mágica, tirou a vontade do meu coração, coisa que há um tempo atrás era inimaginável, e a segunda é que lá o atendimento é para gestações de alto risco e por isso a maioria dos casos acabavam em cesária, então tinha alguns dias que eu estava lá, e infelizmente não acontecia nenhum parto p eu doular, e no HT eu chego atender 4 partos por dia e como não podia deixar de ser, me apaixonei por esse lugar! Tempo e Vontade Soberana do Pai...

Agora, o dia que eu aguardo com ansiedade e alegria, não é mais a quinta feira mas sim a terça, que é o meu dia de ajudar essas gestantes que tanto precisam, que muitas vezes chegam assustadas, fragilizadas, desinformadas e com medo do desconhecido, que buscam um rosto amigo, uma mão para segurar e alguém que acredite nelas e diga que tudo vai dar certo...eu não sei explicar, mas em muito pouco tempo, de uma completa estranha eu me torno amiga delas e tudo flui para que eu consiga executar meu trabalho de doula.

O mais engraçado é que eu me apresento como Carla e digo que sou doula voluntária, e na maioria das vezes elas só me chamam de doula..rsrsrs..."Doula, faz massagem?" "Doula, fica do meu lado?" 

Como não amar tanto carinho, tanta receptividade e gratidão e a sensação de que estou cumprindo a minha missão e a minha vocação nesse mundo? Não existe maior pagamento, do que após um trabalho de parto extremamente difícil onde eu sei que eu fiz a diferença ajudando nas posições, fazendo massagem e dando todo o meu apoio físico e psicológico, quando a parturiente recebe o seu bebê em seus braços e no meio de tanta a gente ela me procura e sorri, e sem dizer uma única palavra ela me agradece e me diz tudo através de um olhar!





E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."
Mateus 25:40

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Porque informação é essencial!



Como doula voluntária em hospitais públicos, eu consigo enxergar como a cultura sobre o parto é distorcida, como para quem não teve acesse as informações corretas ou simplesmente não buscou essas informações e não se preparou para esse momento, o correto virou o errado, e o errado virou o correto!


Todos que acompanham o blog sabem o quanto eu luto contra o descaso a ignorância, a desatualização, a prepotência e a soberba de muitos profissionais da saúde. Mas hoje eu venho mostrar um outro lado: Quando os profissionais buscam fazer o melhor, o mais natural possível, com o mínimo de intervenções como pede a OMS, mas, quando as famílias e gestantes não têm a mínima noção de que essa é a melhor e mais bela forma de nascimento, começam os maiores problemas.


Não foram uma, nem duas vezes que eu atendi meninas em trabalho de parto totalmente inconsoláveis, dizendo que elas só estavam "sofrendo" daquela maneira por não poderem pagar uma cesária eletiva. Uma vez ouvi uma mãe dizer o quanto se arrependia por não ter vendido seu carro para pagar a cirurgia, assim sua filha não estaria passando por tudo aquilo!


Eu sempre tento mostrar à elas, o quanto são privilegiadas por não passarem por uma cirurgia desnecessária, e que nascer daquela forma vai trazer inúmeros benefícios para o seu bebê, e que no Brasil , pessoas que tem muito dinheiro precisam lutar muito e se informar para não cair nas mentiras desse sistema obstétrico, mas é muito difícil mudar o pensamento de uma vida em poucas horas de um trabalho de parto, e quando eu consigo levar esse conforto psicológico para a gestante, muitas vezes algum acompanhante chega e começa chorar perto da gestante pelos "maus tratos" , dizendo que o médico só está olhando e não faz nada para ajudar...


Então começam as discussões e os pedidos de intervenções como:


 "Coloca ela no soro (ocitocina) p ir mais rápido"


 "Porque não rompe a bolsa?"


" Por que o doutor demora tanto p fazer o toque?" ( isso que os exames são feitos à cada uma hora)


" Se eu não conseguir fazer força a doutora corta e puxa p mim ? ( episio e fórceps)


"Esse parto está demorando demais , se não fizerem logo uma cesária vou fazer um escândalo e pedir transferência desse hospital"


Entre essas pérolas que eu ouço eu fico pensando em como podemos mudar essa cultura? Enquanto nos países desenvolvidos as gestantes muitas vezes vão chorando quando são encaminhadas para uma cesária de emergência devido à alguma intercorrência, aqui o parto natural infelizmente é visto com um descaso...


Creio que esse tipo de informação deveria constar no currículo escolar como matéria obrigatória, campanhas publicitárias de peso, cursos nos postos de saúde, mais ação dos órgãos públicos como o Ministério da Saúde, fazer com que o maior número de gestantes possíveis tenha acesso ao documentário "O Renascimento do Parto" que é recheado de evidências científicas,  etc..


Mas, enquanto isso não ocorre , continuamos fazendo nosso trabalho de formiguinha que já tem dado resultados valiosos! O jeito é informar, informar e informar...


Carla Bichara 


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Nascimento do Lucas


Sou a Gizelle, esposa do Lucas, mãe da Mariana, de 5 anos e agora do baby Lucas Junior!!

Em junho de 2013 descobri que estava grávida, era minha segunda gestação, fiquei um pouco assustada, pois foi uma gravidez não planejada! 
O meu primeiro parto foi cesárea, e quando descobri q estava grávida de novo, fui atrás de um médico particular (estava sem convênio), disse a ele q tinha medo do parto normal e mais uma vez queria fazer cesárea, ele me disse q faria sem problema nenhum, mas me explicou os benefícios do 
parto normal, saí do consultório dele pensando se eu teria essa capacidade ou não, conversei com meu marido e decidimos que faríamos o parto pelo SUS e para isso teria que enfrentar o parto normal. 

Já sabia que a Carla tinha o projeto de doula e entrei em contato com ela. Por problemas na minha tireoide, fui encaminhada para “Gestação de risco”. Os meses foram se passando e logo se viu que a minha placenta estava baixa, as médicas que me atendiam sempre me falavam que se a placenta não subisse teria que fazer cesárea. 

Eu sempre lia sobre parto normal, fui a dois encontros na casa da Carla, mas tinha muito, mas muito medo de não conseguir, de ficar horas tentando ter meu bebê naturalmente e acabar em uma cesárea! 

Enfim, a placenta subiu um pouquinho, mas não tanto quanto se esperava e na última consulta do pré natal a médica marcou minha cesárea para o dia 28/01/2014 (eu estaria com 39 semanas certinho). Fiquei feliz, por que não tinha quem ficasse com minha filha mais velha, e sendo cesárea minha mãe poderia vir para ficar com ela. 

No dia 25/01 (sábado) eu senti contrações o dia inteiro e estavam ritmadas, mas eu fiquei tranquilíssima, pois não doíam! Pedi a Deus que Ele fizesse o que fosse melhor para mim e para o me filho, e que estava preparada para o parto normal, rsrsrsrs... me emociono de lembrar, por que enquanto conversava com Deus, eu senti um alívio tão grande, eu sorria com esse alívio!

No dia 26/01 (domingo) não tive contrações durante o dia, fiz ‘A faxina’ em casa, para receber meu bebê e minha mãe com a casa limpinha! De noite comecei a sentir contrações, mas não eram regulares e também não doíam. 
As 05 horas da manhã do dia 27/01 (segunda) eu acordei com uma contração forte, eu não tinha sentido nenhuma naquela intensidade. Levantei, tomei banho, deixei a agua cair nas minha costas... 

Eu já tinha que ir ao hospital para fazer cardiotocografia (exame que avalia o bem estar do bebe), tinha que estar lá as 07:30hs, meu marido me deixou lá e eu disse que não precisava ir me buscar, que eu voltaria para casa de ônibus (não achava que o bebê nasceria logo). Antes de fazer o exame, 
tive que fazer avaliação com uma obstetra, e avisei a ela que estava com contrações. Ela fez o toque e eu estava com 3 cm de dilatação, disse que não tinha nada de placenta baixa, disse: VOCÊ JÁ ENTROU EM TRABALHO DE PARTO. 

Ela me pediu para aguardar, que ela iria fazer o toque 
novamente, para fazer se estava evoluindo, se não estivesse, era para eu caminhar para acelerar o processo (Na minha cabeça eu avisaria a Carla, viria para minha casa com ela e ficaria com ela até as contrações evoluírem).

Fiquei aguardando e nesse momento avisei meu marido que o Lucas Junior iria nascer, entrei em contato com a Carla e disse que precisava dela, ela iria trabalhar naquele dia e disse que tentaria uma folga. Fui reavaliada 1 hora depois e já estava com 4 cm de dilatação. A médica disse que eu já iria ser internada. 

Eu estava com um misto de felicidade e medo. Liguei para o meu marido e para Carla e pedi para que ela fosse até o hospital. Fui encaminhada direto ao Centro Cirúrgico. Chequei lá e já estava com 5 cm de dilatação (isso já era umas 11 horas da manhã). 

Ai começaram as intervenções, me colocaram na ocitocina sintética, (pedi para não colocarem, mas a enfermeira disse que era rotina do hospital). A obstetra do plantão me avisou que iria romper a bolsa, também pedi para não estourar, ela disse que não iria doer e que iria acelerar o parto (mais??). 

Depois disso as contrações eram muuuuuito doloridas, mas confesso que achei que doessem muito mais.Eu estava sozinha e esperando a Carla chegar, preferi não ficar olhando para o relógio, mas pouco tempo depois fizeram toque novamente e eu já estava com 8 cm de dilatação (sim, outra coisa ruim 
é que era Hospital Universitário, então tinham várias residentes e de hora em hora faziam o toque). Fiquei feliz da vida.  

E eu continuava sentindo as contrações, de repente senti a tal vontade de fazer força. Chamei a primeira médica que vi na minha frente e disse: Pelo amor de Deus, me ajuda, eu preciso fazer força. Ela fez o toque (de novo) e me disse que eu já estava com dilatação total. 

Começou a me ensinar a respirar e a fazer força. A Carla chegou nesse momento. As contrações doíam muito e fazer força no momento das contrações não é tão fácil, porém, aliviam a dor! Eu falava pra Carla 
que eu não ia conseguir e ela com toda calma e carinho do mundo me dizia : ‘Gi, olha para mim, você vai conseguir!’ Não me lembro muito dos detalhes desse momento (será que eu estava na Partolândia?). Quando o bebê encaixou a obstetra disse q eu tinha que ir para a sala de parto, fiquei 
apavorada, pq eu sentia a cabeça do meu bebê encaixada.

 Desci da maca com dificuldade, o nervo ciático doía e eu não conseguia mexer a perna. Com a ajuda da Carla e de uma auxiliar de enfermagem é que eu consegui descer... A adrenalina era tanta, que eu não senti o tal ‘círculo de fogo’. 

Fui para a sala de parto, deitei numa maca que me deixava com as pernas para cima e tinha uns apoios para eu segurar e fazer força. Fiz algumas forças e não conseguia, lembro da médica e da Carla dizendo: Estamos vendo o cabelo do seu bebê. Me empoderei e pensei: Agooora vai! E foi!!!! 

As 13:16 do dia 27/01, senti a sensação mais linda, meu filho saindo de mim! Não pude vê-lo imediatamente, ele foi considerado um ‘Bebê preguiçoso’ e não respirou sozinho de imediato, ele teve que ficar no bercinho de oxigênio. Tive laceração e levei 2 pontinhos. O Luquinhas nasceu com 3kg e 49 cm.

Fui para a recuperação e a Carla ficou comigo e depois de cerca de meia hora meu filho veio para os meus braços. Mamou com muita vontade... A Carla foi embora e ficamos nós dois juntinhos, sozinhos e eu olhando aquela criaturinha perfeita que Deus me deu.  

A Carla foi mais que essencial no meu parto, apertei taaanto a mão dela nas contrações. Nunca vou me esquecer dela orando comigo, me acalmando... 
Não foi um parto natural, mas foi tão emocionante que eu precisava compartilhar esse momento. 

Hoje me arrependo muito de não ter feito parto normal na minha primeira gestação, minha filha nasceu de 37 semanas, demorou mais de 3 horas para ir para o meu colo!

Carlinha, muito obrigada por tudo queridona, só posso te dizer uma coisa: PARABÉNS, VOCÊ NASCEU PARA SER DOULA!!!!!
























Algumas Palavras da Doula :

Que lindo Gi ,obrigada! Você foi muito corajosa, uma verdadeira guerreira do Senhor! Só posso dizer que amei estar ao seu lado,embora tenha chegado tão em cima da hora...Mas quem poderia prever que eles adiantariam tanto seu parto com tantas intervenções!

Quanto as intervenções, eu quero abrir aqui um parêntese para falar qual é a realidade dos nossos hospitais e profissionais. Não podemos negar que você sofreu uma violência obstétrica, quando te colocaram na ocitocina dizendo que era "rotina do hospital" e quando romperam a sua bolsa sem a sua permissão!

O que é mais triste é saber que por mais simpáticas e carinhosas que  as médicas e enfermeiras pareciam ser, é assim que elas são conduzidas, ensinadas e quem sabe até coagidas a trabalhar, é assim que elas aprendem na faculdade, infelizmente esse é o nosso sistema obstétrico!

Queria muito que tivesse um parto totalmente natural, ter ficado ao seu lado fazendo massagem, levando no banho e ter dado todo o carinho e cuidado que você merecia!

Mas, enfim, o que importa é que o Luquinhas nasceu lindo,perfeito e saudável! E que você não precisou passar por uma cesária, e apesar de tudo se saiu muito bem!

Parabéns pela sua linda família!

Carla

domingo, 11 de maio de 2014

Gratidão


Como este é um blog que fala sobre parto , maternidade, respeito à vida e amor, não podia deixar de prestar  minha homenagem à mulher que me gerou e me deu à vida através de um trabalho de parto intenso de 4 dias, que cuidou de mim , perdeu noites e noites e noites de sono quando eu era uma bebezinha que só chorava e simplesmente não queria dormir! 

Me deu carinho, amor, compreensão, sempre esteve do meu lado nos momentos mais difíceis, foi firme quando precisou, disse não muitas vezes, mesmo quando na minha imaturidade eu pensava estar sendo injustiçada...hoje que já sou mãe de adolescentes vejo que ser mãe é uma tarefa linda e doce, mas também árdua, buscar esse equilíbrio entre amor incondicional e educação com limites não é nada fácil, saber quando e quanto dar liberdade. 

Fico pensando em quantas noite ela ficou sem dormir quando eu e meu irmãos estávamos nos divertindo em nossa juventude e só agora eu entendo o quanto ela deve ter lutado e relutado para saber até onde ela podia nos deixar ir, até que ponto poderia confiar em nós, pois a minha vontade como mãe é deixar os meus filhos debaixo das minhas asas pra sempre, embora sabendo que eles precisam voar!

E hoje eu posso dizer que eu busco sabedoria em Deus para cumprir esse propósito, e ela com certeza é o meu espelho, meu exemplo , minha inspiração para ser a melhor mãe que eu puder para os meus filhos! Eu busco nela não só o exemplo , mas também seus conselhos, apesar de que quando se trata dos netos ela vira super protetora , quase paranóica...rsrsrs

Ela é a minha melhor amiga, confidente, meu porto seguro, meu exemplo , minha vida , minha MÃE !


" O seu valor excede o de muitas jóias finas" Prov 31:10


FELIZ DIA DAS MÃES À TODAS NÓS!

Carla Bichara

terça-feira, 15 de abril de 2014

Massagem para Gestantes

Oi genteeeee!!!!!!!!!

Faz um bom tempo que não posto nada aqui no blog, mas agora estou voltando e com novidades!

Agora além de doula eu sou também sou massoterapeuta e especializada em massagem para gestantes...além de uma nova ocupação , eu também descobri um novo prazer  que é fazer massagem, ainda mais em uma fase como a gestação que requer cuidados especiais.

Como vcs já puderam perceber nos meus outros posts eu amo cuidar de mulheres grávidas, amo saber que estou fazendo diferença e causando algum tipo de conforto a auxílio para mães e bebês, e agora aqui está mais uma forma de ajudá-las!

 Conheça os benefícios da massagem para gestantes:


1) Reduz stress e promove relaxamento profundo; 


2) Propicia, com o toque acolhedor, suporte emocional e conforto; 


3) Reduz e alivia dores nas articulações, pescoço e costas causadas pelas alterações na postura, fraqueza muscular, tensões e ganho de peso; 


4) Atua diretamente sobre o sistema nervoso melhorando o sono e a digestão; 


5) Melhora a circulação sanguínea e estimula o sistema linfático;


6) Ajuda a manter a elasticidade da pele e, 


7) Promove consciência corporal e relaxamento necessários para um parto ativo

8) Alívio de edemas ;

9) Melhora na qualidade do sono.

Esta massagem também é ótima para o pós parto, pois é uma das fases em que a mulher se sente mais fragilizada, cansada e precisando de apoio, pode-se dizer que  é extremamente relaxante além de terapêutica.

Ser massageada é sempre uma boa experiência, quer esteja grávida ou não. 
Especialmente durante a gravidez a massagem ajuda na manutenção do corpo e fortalece o sistema imunológico, mulheres grávidas que recebem massagem dormem melhor, sofrem menos ansiedade e depressão e também apresentam menos complicações no trabalho de parto.

A massagem tem um papel significativo na preparação da futura mamãe, pois a experiência do contato corporal durante a gestação, o trabalho de parto e após o nascimento do bebê proporciona mais eficiência transmitir carinho, conforto e segurança ao seu filho.
Querida gestante, agende sua massagem através dos contatos :
E mail: carlavbichara@hotmail.com
Telefones: (41) 3408-7833/ 8874-9707
Atendo à domicílio.